A cidade de São Paulo está prestes a testemunhar um marco histórico no setor imobiliário em 2024, com a projeção de entrega de 818 novos condomínios ao longo do ano, quase o dobro do registrado no ano anterior.
De acordo com os dados compilados pela Data Lello, empresa especializada no setor, esses novos empreendimentos representam cerca de 150 mil novos apartamentos, com 98% deles voltados para uso residencial e os restantes 2% para fins comerciais. Os prédios de médio padrão lideram esse crescimento, com 295 empreendimentos previstos, concentrados principalmente nos bairros de Vila Mariana, Perdizes, Pinheiros, Vila Clementino e Moema.
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Esse aumento expressivo na construção de novos prédios é atribuído a diversos fatores, incluindo o ciclo de desenvolvimento do mercado imobiliário, a baixa taxa de juros, além de mudanças no Plano Diretor da cidade. Segundo Fabiano de Marco, cofundador da incorporadora Idealiza Cidades, essa explosão na construção é resultado de decisões tomadas anos atrás, refletindo a natureza gradual e de longo prazo do mercado.
Entretanto, essa rápida verticalização da cidade não vem sem críticas. Especialistas apontam para os potenciais impactos negativos a médio e longo prazo, incluindo uma valorização exacerbada da terra, transformação dos bairros e problemas de mobilidade urbana.
Apesar do aumento no número de empreendimentos, isso não se traduz necessariamente na redução do déficit habitacional da cidade, que continua significativo. Segundo Raquel Rolnik, urbanista e coordenadora do LAB Cidade da Universidade de São Paulo, muitos desses novos apartamentos podem não ser acessíveis para os moradores devido aos preços elevados.
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