Michelle e Eduardo Bolsonaro incitavam Bolsonaro a dar golpe de estado, confessa Cid em delação

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Em uma delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou a existência de um grupo de conselheiros radicais próximos ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo sua esposa, Michelle, e o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Segundo informações obtidas pelo site UOL, o tenente-coronel afirmou que o grupo teria incentivado um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

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Tanto Michelle quanto Eduardo teriam instigado o então presidente a rejeitar os resultados da eleição presidencial de 2022 e a promover um golpe de Estado, alegando que Bolsonaro contaria com o apoio de eleitores, especialmente aqueles com licenças de armas tipo CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), conforme detalhado na delação de Cid.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma, nesta terça-feira, às 19h, o julgamento conjunto de três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (foto: reprodução)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma, nesta terça-feira, às 19h, o julgamento conjunto de três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (foto: reprodução)

O plano, no entanto, não se concretizou devido à falta de apoio suficiente das Forças Armadas, que também haviam sido mobilizadas por Bolsonaro para investigar possíveis fragilidades no processo eleitoral. Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelou que o então presidente resistiu a desmobilizar acampamentos de apoiadores em frente ao Exército, acreditando na possibilidade de descobrir fraudes que poderiam anular a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro sabia das fraudes no cartão
Bolsonaro sabia das fraudes no cartão

Em resposta às acusações, o advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Bueno, classificou as alegações como “absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova”. Bueno afirmou que o ex-presidente e seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”.

O deputado Eduardo também negou qualquer envolvimento, afirmando que tentar envolvê-lo nessa narrativa “não passa de fantasia, devaneio”.

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Cid, que foi preso em maio por investigações sobre possíveis fraudes nos cartões de vacinação da família Bolsonaro, foi liberado em setembro após firmar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou os pedidos de Cid para remover a tornozeleira eletrônica e voltar às suas funções no Exército, argumentando que seria “absolutamente prematuro remover as restrições impostas ao investigado”, dado que a apuração ainda está em andamento.

Daniel Vicente
Daniel Vicente

Sou um entusiasta da informação, natural de Brasília. Atualmente, mergulho nos estudos de Ciências Políticas. Aqui, você encontrará análises aprofundadas sobre política, economia e assuntos globais. Vamos explorar juntos o vasto universo do conhecimento!

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