Nesta terça-feira (9/1), a ex-prefeita Marta Suplicy anunciou a aceitação do convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para retornar ao Partido dos Trabalhadores (PT) e concorrer à eleição à Prefeitura de São Paulo como vice na chapa liderada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSol). A movimentação foi revelada pelo Metrópoles em dezembro.
Essa decisão representa uma ruptura de Marta com o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que buscará a reeleição e tem Boulos como principal adversário, liderando as pesquisas de intenção de voto.
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Atualmente ocupando o cargo de secretária de Relações Internacionais na gestão de Nunes desde 2021, Marta era considerada uma conselheira política do prefeito. Nunes ainda não foi informado oficialmente da decisão e aguarda uma conversa com Marta, que está de férias desde 15 de dezembro.
Na segunda-feira (8/1), o prefeito expressou confiança em Marta, ao mesmo tempo em que ela se encontrava com Lula em Brasília, sem que Nunes tivesse conhecimento do evento.
O silêncio de Marta após a divulgação da reunião deixou aliados de Nunes desconfortáveis. O contato de Marta com a Prefeitura é esperado a qualquer momento para comunicar sua saída oficial da gestão municipal. Oficialmente, suas férias terminam no próximo sábado (13/1).
A tentativa do PT de trazer Marta para a campanha de Boulos surgiu no início de dezembro, quando seu nome foi cogitado como possível vice na chapa de Nunes. Contudo, isso implicaria sua filiação ao PL, partido de Jair Bolsonaro, algo que Marta recusou categoricamente. Com a garantia de que Bolsonaro apoiaria Nunes em São Paulo, a ex-prefeita avaliou que não seria possível continuar ao lado do atual prefeito.
O PT estabeleceu um plano para o retorno de Marta ao partido. O primeiro passo é que ela se demita da Prefeitura, estando de licença até o próximo sábado. A ideia é que ela procure Nunes para uma conversa pessoal ou envie uma carta de demissão, oficializando sua saída até a próxima segunda-feira (15/1).
Após sua liberação da gestão Nunes, o PT planeja uma grande celebração para marcar a refiliação de Marta, com um evento em São Paulo contando com a presença do diretório lotado, lideranças nacionais e um discurso de Lula.
Confirmado o retorno de Marta, o próximo passo será um encontro entre ela e Boulos. Em seguida, será convocado um novo ato público, onde Marta será oficialmente anunciada como candidata a vice-prefeita na chapa do psolista.
Marta foi filiada ao PT por mais de 30 anos e deixou o partido em 2015 durante a Operação Lava Jato. Em 2015, filiou-se ao MDB, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e retornou à Prefeitura a convite de Bruno Covas. Marta passou pelo Solidariedade após deixar o MDB, mas atualmente está sem partido.
