Ginasta Laís Souza revela abusos de cuidadores após acidente que a deixou tetraplégica

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A ex-ginasta olímpica Laís Souza compartilhou um relato de abusos que sofreu por parte de cuidadores após o acidente que a deixou tetraplégica em 2014. Durante uma entrevista ao ex-participante do BBB, Rodrigo Mussi, ela revelou ter sido vítima de abuso por quatro indivíduos, tanto homens quanto mulheres, e explicou o medo que sentiu ao denunciar esses agressores.

Laís foi convidada para participar do programa “Café Com Mussi”, apresentado por Rodrigo Mussi no YouTube. No episódio publicado no último domingo, 27, ela discutiu como, apesar de ter enfrentado um abuso na infância aos 4 anos, foi após o acidente que ela passou a se sentir mais vulnerável.

“Eu estava totalmente vulnerável, deitada, dormindo, sem a menor noção do que estava acontecendo. Eu não tenho 100% de sensibilidade em todo o corpo, algumas áreas parecem normais, e as pessoas se aproveitam disso”, desabafou.

De acordo com Laís, a maioria dos abusos aconteceu quando ela estava prestes a dormir. “Se eu estiver deitada de bruços, acabou, não consigo sentir o que está acontecendo porque a sensibilidade é limitada. Muitos dos procedimentos que preciso fazer são quando estou de bruços. Mas a maioria ocorreu quando eu estava quase dormindo”.

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Ela compartilhou que os abusos foram perpetrados por homens e mulheres que atuavam como cuidadores, e enfatizou a importância de conscientizar a população sobre essa questão. “Aqueles que já passaram por isso sabem que a mensagem deve atingir os homens heterossexuais, mas também deve ser dirigida à população em geral. Nosso corpo é nosso território e não deve ser invadido”.

A ex-ginasta destacou que, mesmo depois de denunciar os casos de abuso sexual, ela enfrentou o medo de retaliação. “Eu simplesmente denunciei. Em alguns casos, senti medo. Tive medo de que a pessoa voltasse para me ameaçar ou até me matar. Medo e insegurança”.

O Grave Acidente

O acidente de Laís Souza ocorreu em 27 de janeiro de 2014, enquanto ela se preparava para os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia. A ex-ginasta, que competia na categoria de esqui aéreo, teve o acidente fora dos treinamentos específicos da modalidade, quando esquiava em Salt Lake City.

O choque com uma árvore resultou em lesões graves, e Laís foi prontamente socorrida por sua amiga Josi Santos e pelo treinador Ryan Snow, que estavam com ela no momento do acidente. Ela foi levada ao hospital, onde percebeu a seriedade da sua situação, que era grave.

Segundo Laís, o acidente foi causado pelas condições da montanha onde estava treinando, o que levou a um aumento significativo na velocidade da descida. “Eu não estava fazendo uma manobra, estava apenas descendo a montanha. A velocidade aumentou drasticamente”, explicou. “Avisando minha amiga que a superfície estava escorregadia e não segurava o esqui. Eu a alertei para descer lateralmente. Quando virei, ela disse que eu já estava entre as árvores e o acidente já havia acontecido”.

Laís revelou que foi um dos médicos que lhe contou a extensão das suas lesões. “Como eu já havia percebido, ele disse: ‘Laís, você está tetraplégica. Se conseguir comer e respirar por si mesma, terá muita sorte, pois é difícil alguém se recuperar disso’. Eles disseram para quem estava comigo que eu poderia morrer em poucas horas. Deram 12 horas”, ela contou.

Sarah Oliveira
Sarah Oliveira

Uma amante das palavras em uma jornada incessante de descoberta. Originária de São Paulo, encontro nas nuances da linguagem minha paixão. Com formação em Comunicação, tenho o prazer de guiar você pelos intrincados caminhos das notícias, oferecendo uma perspectiva única sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

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