O Brasil assume hoje a presidência rotativa do G20, grupo composto pelas principais economias do mundo, além da União Europeia e União Africana. Com mandato de um ano, o país tem como meta promover três frentes principais: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou os diplomatas responsáveis pelas 130 reuniões que ocorrerão nas cinco regiões do Brasil a apresentarem projetos concretos com efeitos práticos na vida das pessoas. Uma das iniciativas já prontas é a proposta de lançar uma aliança global contra a fome.
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O embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros e sherpa brasileiro, destaca a visão do Brasil de colocar a fome no centro da agenda internacional. Atualmente, 750 milhões de pessoas sofrem fome crônica, e 2 bilhões têm acesso irregular a alimentos. O governo brasileiro busca ir além de declarações de boa vontade, almejando apresentar resultados concretos até o encontro presidencial de novembro de 2024.
Além do combate à fome, o Brasil espera uma nova etapa nos organismos multilaterais, com maior peso para os países do Sul Global e aumento de ajuda financeira. A redução de desigualdades, mobilização contra a mudança do clima e a transição energética são centrais na agenda de trabalho liderada pelo Brasil.
A presidência brasileira também inclui novidades, como uma reunião ministerial sobre empoderamento feminino, e busca uma reforma da governança global, reforçando organizações como as Nações Unidas. O G20, criado em 1999, é agora um fórum que discute não apenas finanças, mas também temas políticos, refletindo a necessidade de ação diante de crises globais.
As reuniões presidenciais terão início em Brasília a partir de 11 de dezembro, reunindo representantes dos países-membros, oito convidados especiais e 12 organismos internacionais. Durante os 12 meses de mandato, ocorrerão diversas reuniões virtuais, presenciais e ministeriais, com destaque para a aproximação das Trilhas de Finanças e Sherpas para garantir objetivos alinhados.
A presidência brasileira do G20 busca enfatizar avanços na transição energética e instigar os países desenvolvidos a cumprir compromissos internacionais. O Brasil quer influenciar áreas onde é uma potência, como alimentos, combate à desigualdade e defesa do meio ambiente. O país assume a liderança em um momento crucial para enfrentar desafios globais e propor mudanças nas estruturas de governança internacional.