Sâmia Bonfim denunciou emails com ameaças de morte a ela e a familiares há cerca de três meses

TAG Notícias

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) lamentavelmente enfrentou uma situação terrível nesta madrugada, quando seu irmão médico foi brutalmente assassinado em um quiosque no Rio de Janeiro, com características de execução. Tragicamente, esta não é a primeira vez que Sâmia menciona ter recebido ameaças de morte, algo que ela denunciou em uma entrevista à escritora Tati Bernardi há três meses, em julho.

Leia também: Médico que sobreviveu a ataque no Rio tomou 3 tiros e seu quadro é estável; diz hospital

Em suas declarações, Sâmia descreveu o tormento de receber ameaças recorrentes por e-mail, que não apenas a atingem, mas também se estendem a seu filho, deixando-a profundamente abalada. Ela enfatizou a crueldade dessas ameaças, que incluem detalhes perturbadores e desumanos. A deputada destacou que embora seja possível investigar essas ameaças, isso depende da vontade política, algo que historicamente tem sido escasso, mas que agora, ela espera, possa mudar.

A situação se agravou em agosto do ano passado, quando Sâmia recebeu uma ameaça por e-mail que citava seu filho pequeno, Hugo, junto com o também deputado Glauber Braga. A mensagem era horrenda e fazia alusão ao nazismo. Sâmia, compreensivelmente preocupada com a gravidade desta ameaça, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo na época.

Em março de 2023, a deputada voltou a ser alvo de ameaças de morte, especialmente em razão do Dia Internacional da Mulher. Essas ameaças continham linguagem misógina e mencionavam novamente seu marido, Glauber, e seu filho. Diante dessa escalada de violência, Sâmia anunciou sua intenção de solicitar ao ministro da Justiça, Flávio Dino, a criação de um departamento na Polícia Federal voltado para o combate à violência política de gênero.

Sâmia enfatizou a crescente ocorrência de violência política de gênero e a falha do Estado em lidar eficazmente com as denúncias e proteger as vítimas. Ela apontou para a reticência do governo Bolsonaro em abordar esse problema e como isso incentivou a prática por parte de seus apoiadores.

Leia também: Flávio Dino aciona a Polícia Federal para investigar execução de irmão de Sâmia Bonfim

Além disso, a deputada destacou que, em agosto, durante as celebrações do Orgulho Lésbico, vários parlamentares de esquerda que defendem os direitos LGBTs foram alvo de ameaças coordenadas em todo o país. Essas ameaças, assinadas pelo Comando de Caça aos Comunistas de Minas Gerais (CCC-MG), exaltavam o coronel Brilhante Ustra, um ídolo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e usavam o slogan do governo “Deus, Pátria e Família”. As parlamentares denunciaram essas ameaças ao ministro da Justiça, Flavio Dino, que manifestou sua solidariedade.

Sâmia Bomfim, que teve destaque na CPI do MST, onde enfrentou deputados bolsonaristas, sofreu ataques misóginos e gordofóbicos durante a investigação, incluindo do presidente da comissão, tenente-coronel Zucco, e do relator, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro. É crucial que se construam novos protocolos para lidar com crimes desse tipo e proteger a democracia, especialmente o direito à participação política das mulheres, sobretudo as negras e LGBTQIA+.

Daniel Vicente
Daniel Vicente

Sou um entusiasta da informação, natural de Brasília. Atualmente, mergulho nos estudos de Ciências Políticas. Aqui, você encontrará análises aprofundadas sobre política, economia e assuntos globais. Vamos explorar juntos o vasto universo do conhecimento!

Artigos: 1823