A Índia está enfrentando um novo surto do vírus Nipah, com cinco casos confirmados e duas mortes registradas no estado de Kerala, no sul do país. Este é o quarto episódio de infecções relacionadas a esse patógeno na região desde 2018. Embora seja motivo de preocupação, especialistas afirmam que o risco de propagação global, incluindo a possibilidade de chegar ao Brasil, é atualmente baixo.
O vírus Nipah, identificado pela primeira vez em 1999 durante um surto na Malásia, pertence à família dos paramixovírus, a mesma da caxumba e do sarampo. Seu principal reservatório são os morcegos frugívoros do gênero Pteropus.
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A transmissão para humanos ocorre pelo contato direto com morcegos, seus fluidos corporais ou consumo de alimentos contaminados. A letalidade do Nipah chega a 70%, tornando-o mais perigoso que a COVID-19 e a gripe.
No momento, não existe vacina ou tratamento específico para o Nipah, mas a prevenção e o controle estão em andamento na Índia, incluindo monitoramento de casos e rastreamento de contatos. Especialistas ressaltam que a rápida identificação e isolamento de indivíduos infectados são cruciais para evitar a disseminação do vírus.
Embora o risco de uma pandemia do Nipah seja baixo, é importante que as autoridades nacionais e internacionais permaneçam vigilantes. O Brasil, por sua vez, não apresenta um risco iminente de introdução do Nipah, uma vez que os casos relatados estão ligados às regiões onde os morcegos hospedeiros do vírus são encontrados. Autoridades recomendam que os viajantes evitem áreas de surto e o contato com pessoas infectadas, além de não consumirem alimentos suscetíveis à contaminação.
O vírus Nipah representa um desafio global, e sua inclusão na lista de doenças prioritárias para pesquisa e desenvolvimento de prevenção e tratamento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta a importância de se manter alerta, mas sem pânico. Ações coordenadas de contenção, monitoramento e prevenção são essenciais para controlar surtos e minimizar riscos à saúde pública.