A Justiça suíça anulou o processo que condenou o técnico Alexi Stival, conhecido como Cuca, por envolvimento em um caso de 1987, no qual foi acusado de manter relações sexuais com uma jovem menor de idade durante uma excursão do time do Grêmio no país. A decisão foi tomada pela juíza Bettina Bochsler, do Tribunal Regional de Berna-Mittlelland, após a defesa de Cuca solicitar um novo julgamento, alegando falta de representação legal adequada durante o processo original.
Inicialmente, a defesa de Cuca argumentou que o treinador foi julgado à revelia, sem uma representação legal efetiva. Problemas na comunicação entre o advogado de defesa, Peter Stauffer, e Cuca foram evidenciados nos autos do despacho da juíza, indicando que o defensor se retirou do caso um ano antes do julgamento, em 1989.
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“Em sua sentença, o tribunal criminal, portanto, baseou-se fortemente nas provas obtidas na audiência principal. Tendo em vista o fato de que a pessoa condenada não estava presente nem representada, não foi possível que ela comentasse as declarações incriminatórias e fizesse perguntas complementares.“, diz trecho do despacho.
É crucial ressaltar que a anulação do processo não reavaliou o mérito do caso julgado em 1989, mas sim extinguiu aquele processo específico. Como resultado, Cuca receberá uma indenização de 9,5 mil francos suíços (R$ 54,8 mil). O treinador se pronunciou sobre a decisão, expressando alívio e convicção de que os últimos oito meses foram providenciais.
Cuca havia sido condenado, juntamente com outros três atletas do Grêmio, a 15 meses de prisão e multa por envolvimento no caso. A anulação do processo se aplica apenas ao treinador, não abrangendo os outros condenados. A juíza apontou erro na comunicação legal de Cuca durante a audiência e condenação, o que o privou da oportunidade de se defender e recorrer da decisão. O treinador havia contratado um escritório de advogados na Suíça em abril de 2023 para analisar o caso, durante sua passagem pelo Corinthians.
