A taxa de desocupação no Brasil atingiu 8,0% no trimestre encerrado em junho de 2023, registrando o menor resultado para esse período desde 2014. Esse índice representa uma queda de 0,8 ponto percentual em comparação ao trimestre anterior (8,8%), que compreende os meses de janeiro a março. Em relação ao mesmo trimestre de 2022 (9,3%), houve uma redução ainda maior, de 1,3 ponto percentual. Esses dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
No segundo trimestre de 2023, o número de pessoas desocupadas no país chegou a aproximadamente 8,6 milhões, representando uma queda de 8,3% em relação ao trimestre anterior e uma redução de 14,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, o número de pessoas ocupadas totalizou 98,9 milhões, registrando um aumento de 1,1% na comparação trimestral e de 0,7% na comparação anual.
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A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destaca a retomada do padrão sazonal no movimento da taxa de desocupação no segundo trimestre, após um crescimento no primeiro trimestre do ano. Ela também ressalta a expansão de trabalhadores em segmentos como administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, tanto no trimestre quanto no ano.
O estudo revelou que o número de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada chegou a 13,1 milhões de pessoas, representando um aumento de 2,4% (mais 303 mil pessoas) na comparação trimestral, com estabilidade na comparação anual. Por outro lado, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor manteve-se estável no trimestre, totalizando 36,8 milhões de pessoas, mas com um crescimento de 2,8% (mais 991 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
A taxa de informalidade foi de 39,2% no segundo trimestre, registrando um leve aumento em relação ao primeiro trimestre (39,0%), mas uma redução na comparação com o mesmo período de 2022 (40,0%). A pesquisa também apontou crescimento no número de trabalhadores domésticos e pessoal no setor público, além de estabilidade no número de trabalhadores por conta própria.
Outro dado importante é a redução na taxa composta de subutilização, que caiu 1,0 ponto percentual no trimestre e 3,4 pontos percentuais no ano. O contingente de pessoas desalentadas também diminuiu, totalizando 3,7 milhões, com uma redução de 5,1% na comparação trimestral e de 13,9% na comparação anual.
Por fim, o rendimento real habitual apresentou estabilidade no trimestre, mas registrou um aumento de 6,2% no ano. A PNAD Contínua também analisou o panorama por atividades econômicas, revelando crescimento em diversas categorias no comparativo anual. O IBGE destacou a tendência de aumento no número de pessoas ocupadas e de rendimentos mais altos, indicando uma recuperação positiva no mercado de trabalho brasileiro.