Após o lançamento da nova linha de smartphones com recursos de inteligência artificial pela Samsung, a Apple está dando passos significativos para ampliar suas capacidades de IA. A empresa de Cupertino está realizando uma série de aquisições, contratações estratégicas e atualizações de hardware, visando integrar a nova tecnologia em sua próxima geração de iPhones, relata o Financial Times.
Segundo o jornal britânico, dados do setor, artigos acadêmicos e informações de especialistas sugerem que a Apple concentra seus esforços na solução do desafio tecnológico de implementar a IA em dispositivos móveis.
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Daniel Ives, da Wedbush Securities, acredita que a Apple está se preparando para fusões e aquisições significativas, visando não ficar para trás na corrida pela liderança em inteligência artificial.
De acordo com uma pesquisa da PitchBook citada pelo FT, a Apple adquiriu 21 startups de IA desde o início de 2017, demonstrando ser mais ativa nesse aspecto em comparação com suas concorrentes. A aquisição mais recente foi a startup WaveOne, da Califórnia, especializada em compressão de vídeo com tecnologia de IA.
Outro sinal do movimento estratégico da Apple é que quase metade das ofertas de emprego da empresa relacionadas à IA agora inclui o termo “Deep Learning”, referindo-se aos algoritmos fundamentais para a IA generativa, de acordo com uma pesquisa recente do Morgan Stanley, obtida pelo FT. Uma contratação notável foi a do principal executivo de IA do Google, John Giannandrea, em 2018.
Samsung e Google saíram na frente ao lançarem dispositivos que alegam executar recursos de IA generativa por meio de smartphones, colocando pressão sobre a Apple.
O FT sugere que a Apple poderá revelar seu mais recente sistema operacional, o iOS 18, durante sua Conferência Mundial de Desenvolvedores, geralmente realizada em junho. Analistas do Morgan Stanley esperam que o novo software seja focado em habilitar a IA generativa.
Além disso, a Apple anunciou novos chips com aprimoramentos para executar IA generativa. O processador M3 Max para o MacBook, revelado em outubro, foi destacado pela empresa como desbloqueador de fluxos de trabalho anteriormente impossíveis em laptops, especialmente para desenvolvedores de IA que lidam com bilhões de parâmetros de dados.
O chip S9, destinado às novas versões do Apple Watch, permite que a Siri acesse e registre dados sem depender da conexão com a internet. Por sua vez, o chip A17 Pro, presente no iPhone 15, apresenta um mecanismo neural que, segundo a Apple, é duas vezes mais rápido do que as gerações anteriores.