Apple adquiriu a startup norte-americana Mira Reality, conhecida por fabricar fones de ouvido para outras marcas e para o exército dos EUA
Pouco antes, na segunda-feira (5), empresa lançou o Vision Pro, sua própria versão de óculos de realidade aumentada, com um preço estimado de US$ 3,5 mil.
A notícia da aquisição foi divulgada pelo portal The Verge, após um executivo da Apple compartilhar um post sobre o negócio. A empresa confirmou oficialmente a compra, mas não revelou os valores envolvidos na transação.
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A Mira Reality possui parcerias com diversas marcas, entre elas a Nintendo World, para a qual fabrica fones de ouvido usados em passeios temáticos nos parques de diversões dos Estados Unidos e Japão.
Além disso, a empresa trabalha com a Marinha e a Força Aérea dos EUA no desenvolvimento de óculos de realidade aumentada que facilitam a comunicação com especialistas e o acesso remoto para manutenção de aeronaves, por exemplo.
“A tecnologia permite que os pilotos acessem conhecimento especializado, recebam ajuda colaborativa para solução remota de problemas e consultem orientações técnicas por meio de ferramentas interativas de fluxo de trabalho, tudo isso através de um fone de ouvido de realidade aumentada com alerta e mãos livres. Além disso, uma solução de hardware e software de realidade aumentada reduz a necessidade de viagens por meio de auditorias remotas ou suporte de engenharia remoto, com o potencial de eliminá-las completamente”, afirma uma nota oficial da Força Aérea.
Com a aquisição pela Apple, ainda não está claro se a empresa continuará fornecendo tecnologia para outros parceiros ou se concentrará exclusivamente nos interesses da gigante dos iPhones. No entanto, a Apple geralmente mantém os contratos em andamento das empresas que adquire.
De acordo com uma postagem do CEO da Mira, Ben Taft, 11 funcionários foram mantidos na equipe. “Animado para o próximo capítulo da Mira, na Apple”, escreveu ele na legenda. “Uma jornada de 7 anos, do dormitório à aquisição”.
Com os anúncios feitos pela Apple na segunda-feira, muito se especulou sobre a entrada da empresa no metaverso, embora a companhia tenha evitado abordar o assunto durante a apresentação. Em vez disso, preferiu utilizar termos mais genéricos, diferentemente do que fez Mark Zuckerberg, que chegou a renomear seu conglomerado empresarial de Facebook para Meta.
Ao que tudo indica, a Apple está apostando mais na computação espacial do que em um universo virtual para combinar o físico com o digital. Isso ocorre porque os novos óculos inserem informações digitais ao usuário no espaço físico, sem fazê-lo esquecer que está no mesmo ambiente. A tecnologia espacial também permite a direcionamento de áudio e exibição de fotos em 3D.
“Assim como o Mac nos apresentou à computação pessoal e o iPhone nos apresentou à computação móvel, o Vision Pro nos apresentará à computação espacial”, declarou Tim Cook, CEO da Apple, durante a WWDC, evento anual que apresenta os lançamentos da empresa.
Uma possível razão pela qual a Apple optou por uma abordagem diferente do metaverso pode ser o prejuízo acumulado pela Meta desde que se concentrou nessa novidade.
No primeiro trimestre deste ano, estimou-se que a divisão responsável por essa tecnologia tenha sofrido um prejuízo de R$ 20 bilhões.