A varejista global de moda, beleza e estilo de vida Shein começa a fabricar produtos no Brasil.
Este é o primeiro movimento desse tipo desde que o comércio eletrônico asiático começou há 15 anos.
O objetivo da empresa é fazer do Brasil um polo de produção têxtil e exportação para a América Latina. “Tivemos grande sucesso no Brasil desde o nosso lançamento em 2020. Com o crescimento da demanda do consumidor, vimos uma oportunidade de localizar ainda mais nossa cadeia de suprimentos em benefício de nossos clientes, PMEs e da economia em geral”, disse Marcelo Claure, presidente da Shein na América Latina.
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A empresa planeja reverter a relação até 2026, adquirindo 85% de seus produtos vendidos no Brasil da produção e mercados locais e importando apenas 20% da China. “Vamos continuar importando produtos que o Brasil não consegue produzir aqui”, diz Marcelo Claure.
Para atingir essa meta, a Shein deve fazer parceria com 2.000 fabricantes brasileiros e pretende criar 100.000 empregos nos próximos três anos.
Ao todo, a empresa pretende investir cerca de R$ 750 milhões na adaptação de sua fábrica brasileira ao modelo de produção chinês neste período, bem como em tecnologia, equipamentos e treinamento de funcionários.
Hoje, todos os produtos de marca própria da Shein são fabricados em fábricas afiliadas na China e exportados para os 150 países em que a empresa opera.
Segundo a empresa, espera-se que os produtos fabricados no Brasil sejam iguais aos importados porque a empresa tem uma grande economia em logística.
Além de investir na fabricação no Brasil, a empresa também anunciou um mercado de vendedores locais para atender a demanda dos clientes brasileiros por uma gama mais ampla de produtos e categorias, bem como prazos de entrega mais rápidos. “O Brasil é um mercado importante para nós e estamos comprometidos em continuar a apoiar o crescimento comercial e o sucesso da Shein em todo o país”, acrescentou Felipe Feistler, gerente geral do Brasil.
O anúncio de sua expansão para o Brasil ocorre em um momento em que a Shein e outras empresas asiáticas de comércio eletrônico enfrentam concorrência desleal de varejistas brasileiros.
Nas últimas semanas, o Departamento do Tesouro vinha investigando a imposição de um imposto sobre transferências internacionais de até US$ 50, mas recuou após receber muitas críticas nas redes sociais.
Você realmente acredita que a Shein vai empregar mais que o Banco do Brasil e os Correios?
A nova medida do Haddad esquece onde o Brasil pode ser competitivo e não desenvolve a indústria nacional!
Vamos trazer a China para fazer o que poderíamos fazer com menos tributos.
— Daniel José (@danieljosebr) April 20, 2023