Pacientes são despejados por hospitais dos Estados Unidos por falta de pagamento

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Nos Estados Unidos, onde não há um sistema público de saúde como o SUS que ofereça atendimento indiscriminado, a realidade é marcada pelo sistema privado de cuidados médicos, principalmente por meio de planos de saúde.

No entanto, surge a preocupante questão: o que acontece com aqueles que adoecem e não possuem um plano de saúde ou recursos financeiros para pagar seu tratamento?

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Recentemente, jornalistas do Wave3, um canal de notícias localizado em Louisville, capital do estado de Kentucky, no sul dos EUA, flagraram uma prática chocante no Hospital da Universidade de Louisville – o “patient dumping” ou “despejo de paciente”, em tradução livre.

A cena se repete com frequência: seguranças do hospital escoltam ou, até mesmo, carregam à força pacientes doentes que não possuem meios para pagar o tratamento e os deixam na rua, à própria sorte.

Um caso relatado por uma funcionária do hospital chamou a atenção dos jornalistas quando uma mulher foi abandonada na calçada, ainda vestindo camisolas hospitalares e desacordada. Infelizmente, essa não foi uma ocorrência isolada, pois no mesmo dia, os jornalistas registraram outros casos de pessoas expulsas do hospital antes ou logo após o primeiro atendimento, devido à falta de pagamento pelos serviços médicos.

É importante destacar que essa prática é proibida nos EUA desde 1986, quando a Lei do Tratamento Médico e do Trabalho de Emergência foi sancionada. No entanto, ano após ano, casos como esses continuam sendo relatados, gerando polêmica e preocupação.

Dados mostram que um número significativo de estadunidenses ainda não possui acesso garantido à saúde. Em 2021, cerca de 27 milhões de cidadãos (equivalente a cerca de 8,3% da população) não possuíam plano de saúde ou qualquer tipo de acesso aos cuidados médicos.

Além disso, mais de meio milhão de pessoas, aproximadamente 0,18% dos estadunidenses, estão em situação de rua, conforme relatório do departamento de habitação do governo federal dos EUA em 2022, sendo mais de 30% delas crianças.

O que o hospital diz

O Hospital da Universidade de Louisville, em resposta às denúncias, afirmou que os pacientes expulsos pela segurança provavelmente eram pessoas em situação de rua buscando assistência, e não cuidados médicos.

A universidade enfatiza que cumpre a Lei de Trabalho e Tratamento Médico de Emergência (EMTALA), assegurando que todos os indivíduos que se apresentam em seus departamentos de emergência são clinicamente examinados e tratados em caso de emergência médica, independentemente de sua situação financeira ou seguro de saúde.

O “patient dumping” é um grave problema enfrentado por parte da população vulnerável dos Estados Unidos, colocando em evidência a necessidade de uma abordagem mais abrangente e inclusiva para garantir o acesso universal à saúde.

Daniel Vicente
Daniel Vicente

Sou um entusiasta da informação, natural de Brasília. Atualmente, mergulho nos estudos de Ciências Políticas. Aqui, você encontrará análises aprofundadas sobre política, economia e assuntos globais. Vamos explorar juntos o vasto universo do conhecimento!

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