Um marco na medicina brasileira foi atingido com a realização bem-sucedida do primeiro autotransplante de pulmão no país. O procedimento aconteceu em um paciente da cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, que enfrentava um quadro de câncer com metástase.
O autotransplante foi conduzido no Hospital São Luiz Itaim, unidade da rede D’Or na capital paulista. A cirurgia, que ocorreu no primeiro semestre, teve a duração de 10 horas e é considerada altamente complexa.
Embora outros dois pacientes já tenham passado por autotransplantes no Brasil, o caso do paciente de Ribeirão Preto é pioneiro no tratamento de câncer metastático. O câncer inicial tinha se desenvolvido na perna do paciente e, com a evolução da doença, atingiu o pulmão.
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O autotransplante difere do transplante tradicional, pois consiste em retirar o órgão do próprio paciente e, em seguida, reinseri-lo em seu corpo, em vez de utilizar um órgão de um doador terceiro.
No caso do paciente em São Paulo, o Hospital São Luiz informou que o pulmão, após ser retirado, passou por uma remoção do tumor pela equipe médica antes de ser reimplantado. Essa abordagem foi adotada devido ao câncer metastático, no qual o tumor se espalha para outros órgãos.
A decisão pelo autotransplante foi tomada quando as opções de tratamentos convencionais não surtiram mais efeito para o quadro do paciente, conforme relatado pelo cirurgião torácico Marcos Samano.
O procedimento foi considerado um sucesso pela equipe médica, e o paciente recebeu alta hospitalar em menos de duas semanas.
“Apesar de o paciente ser jovem e atleta, o que facilita muito o nosso trabalho, sua capacidade de recuperação e desejo de voltar a trabalhar surpreenderam toda a equipe”, afirmou Samano ao G1 Ribeirão Preto. O paciente inicialmente apresentava um tumor na perna, que ao longo do tempo evoluiu para um quadro de metástase, afetando o pulmão.
A cirurgia de autotransplante de pulmão é uma alternativa altamente complexa e é escolhida quando o tumor não pode ser removido sem retirar o órgão ou quando não há resposta a outras opções de tratamento.