Idosa de 95 anos, vive sozinha, sustentada por hobby que virou trabalho

TAG Notícias

Aos 92 anos, Aspasia d’Avila começou a fazer amigurumis e passou a receber encomendas

Hoje, aos 95 anos, Aspasia d’Avila que mora bairro de Ipanema, no Rio, enxerga bem, tem pouco problema de audição e mora sozinha. Por se casar cedo, aos 17 anos, nunca trabalhou fora e era sustentada pelo marido.

“Trabalhava em casa, cuidando dos meus três filhos e também do marido. Dava muito trabalho, sim. Eu não tinha tempo para nada”, disse ela.

“Sou viúva e vivo de pensão. Então, sempre contei com a ajuda financeira de um filho. Mas já até falei que não preciso mais. A sensação de ter meu próprio dinheiro foi de muita liberdade. É algo sensacional”, completou.

Com os filhos criados e crescidos, sua rotina ficou mais tranquila e Aspasia, curiosa, aprendeu a fazer crochê sozinha e, posteriormente, amigurumi, e assim, passou a se dedicar aos trabalhos manuais.

Aspasia conheceu a técnica do amigurumi através de sua neta, Fabiana, que foi quem a incentivou

Em pouco tempo, o que era um hobby, se tornou profissão. A artesã passou a vender e receber encomendas.

“Eu tenho muito orgulho do meu trabalho. Vejo as pessoas agradecerem, mandarem mensagens e isso me deixa muito feliz”

Ainda de acordo com ela, os primeiros amigurumis ficaram bem feios, mas mesmo assim, sua neta criou uma rede social para divulgar seu trabalho e as encomendas começaram a chegar.

Aspasia, de 95 anos, faz e vende amigurumi (Foto: Divulgação)
Aspasia, de 95 anos, faz e vende amigurumi (Foto: Divulgação)

Batizado de Vó Pati Atelier, apelido que lhe foi dado por um de seus netos.

 “Quando vi, estava ganhando meu próprio dinheiro pela primeira vez na vida”, disse ela.

Aspasia perdeu o marido em 1994, Alziro teve câncer de próstata. Vinte e cinco anos depois, Alberto, seu filho mais novo, também morreu de câncer.

“Você não imagina enterrar um filho. Mas sabia que tinha de seguir. Não sei como eu encontro força, mas eu sei que a tenho”, desabafou ela.

Sua outra filha mora no mesmo prédio, e a neta está no prédio vizinho. “Eu sou uma pessoa muito feliz, tenho uma família realmente maravilhosa. Meus filhos cuidam de mim, se preocupam comigo e é importante você se sentir assim. Eu me sinto segura.”

Hoje, ela acredita já vendido cerca de 700 unidades, incluindo vendas para fora do Brasil, como Japão, Canadá e Portugal.

+ Padre Alessandro Campos fará show beneficente em Aparecida; saiba quando

O trabalho é realizado em equipe. “Enquanto eu faço o amigurumi, minha filha monta e minha neta divulga”, explica.

Seus dias tranquilos foram trocados por muito trabalho, mas, para ela, é um esforço que vale a pena.

“A sensação de comprar uma coisa com o meu próprio dinheiro foi libertadora. Eu adorei a sensação de olhar algo, gostar e comprar. Comprei muitas coisas, até uma geladeira”.

Segura que quer continuar com o trabalho até quando der e ganhando seu próprio dinheiro, ela diz: “Eu não penso em viver ou morrer. Eu vou vivendo enquanto Deus quer. E procuro tirar o melhor disso.”

 

Débora Carvalho
Débora Carvalho

Uma apaixonada por histórias e uma contadora nata. Com base em Belo Horizonte, curso Jornalismo e alimento minha curiosidade incessante por notícias e cultura pop. Se você procura uma abordagem vibrante e envolvente, está no lugar certo!

Artigos: 1073