Funcionários públicos do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp estão se mobilizando para realizar uma greve conjunta com o objetivo de resistir ao plano de privatizações proposto pelo governo Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, em São Paulo. Esta paralisação está agendada para o dia 3 de outubro, na próxima semana.
Os sindicatos que representam os servidores do Metrô e da CPTM já deram aprovação à greve, enquanto os funcionários da Sabesp estão aguardando uma assembleia marcada para a próxima terça-feira, 26 de setembro, para decidir se também irão aderir ao movimento.
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A privatização da Sabesp, considerada a “joia da coroa paulista”, é uma das promessas de campanha de Tarcísio de Freitas.
Os sindicalistas, alinhados com partidos políticos de esquerda, como o PSol, pretendem destacar os potenciais impactos negativos das privatizações, como aumento dos custos dos serviços, e buscam influenciar Tarcísio a reconsiderar sua proposta. Vale ressaltar que o governador já recuou de outras promessas de campanha, como a retirada das câmeras corporais dos uniformes dos policiais militares.
Até o momento, a equipe de Tarcísio não foi contatada por nenhum dos líderes sindicais em relação à greve, e não foram feitos esforços para iniciar um diálogo com os sindicalistas.
Um membro da equipe de Tarcísio destacou que greves motivadas por privatizações não têm base legal, diferentemente das paralisações que são usadas como instrumento de pressão durante negociações salariais, por exemplo.
Outro membro da equipe mencionou que o governo poderá recorrer à Justiça para evitar que as paralisações afetem os serviços oferecidos à população.
Em algumas ocasiões, especialmente no caso do Metrô, a Justiça já determinou um nível mínimo de operação que deve ser mantido durante as greves. No entanto, em março deste ano, a Justiça negou um pedido semelhante feito por Tarcísio.
Privatizações
Entre as três empresas envolvidas na manifestação, a Sabesp encontra-se em um estágio mais avançado do processo de privatização, embora ainda não haja uma data definida para o início do processo nem um ambiente político favorável na Assembleia Legislativa (Alesp) para a aprovação da proposta.
O plano envolve a realização de uma oferta adicional de ações no mercado (follow-on) com o objetivo de atrair um acionista de referência, permitindo que um único investidor privado detenha uma participação significativa na empresa de saneamento do estado, responsável pelo fornecimento de água e pelo tratamento de esgoto.
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Tarcísio de Freitas tem se esforçado para convencer prefeitos a aderirem ao projeto de privatização. A Sabesp presta serviços para várias prefeituras paulistas, e os contratos municipais estipulam que muitos deles precisam aceitar essa mudança, incluindo a cidade de São Paulo.
No caso do Metrô, os estudos de viabilidade econômica para a privatização ainda estão em andamento. O governo contratou a empresa International Finance Corporation (IFC), uma consultoria vinculada ao Banco Mundial, para estruturar a concessão.”
