O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, teria confrontado o então presidente Jair Bolsonaro após este sugerir a possibilidade de um golpe de Estado, revelam depoimentos prestados à Polícia Federal. Segundo relatos, a ameaça de prisão proferida por Freire Gomes teria sido crucial para evitar uma eventual tentativa de subversão à democracia.
Durante uma reunião no Palácio do Alvorada, em Brasília (DF), presenciada pelo brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, teria sido apresentada uma minuta do golpe, conforme informaram a CNN, Folha de S.Paulo e posteriormente confirmado pelo Metrópoles.
Leia também: Parlamento Europeu aprova regulação para a Inteligência Artificial
Baptista Júnior, em seu depoimento à PF, relatou que após Bolsonaro insinuar a possibilidade de atentar contra o regime democrático por meio de institutos previstos na Constituição, como a GLO, Estado de Defesa ou Estado de Sítio, Freire Gomes teria reagido dizendo que “caso ele tentasse o tal ato, teria que prender o presidente da República”.
A postura firme do ex-comandante do Exército foi considerada determinante para evitar uma possível consumação do golpe de Estado, de acordo com Baptista Júnior. O relato indica que, se Freire Gomes tivesse concordado com as intenções de Bolsonaro, a tentativa de subversão à democracia teria sido efetivada.
A resistência de Freire Gomes à ideia de Bolsonaro também teria sido confirmada em depoimentos anteriores à PF, onde ele e Baptista Júnior se posicionaram contrários à trama golpista. Enquanto isso, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria se colocado à disposição do então presidente da República.
Para mais atualizações sobre os desdobramentos políticos no Brasil, siga a gente no Google News. Clique aqui