No ano de 2011, a empreendedora Lorena Fornaciari inaugurava a Zé Coxinha, uma rede de salgados originária do Espírito Santo. No entanto, ao longo dos anos seguintes, a marca passou por uma metamorfose substancial que a transformou em uma história de sucesso notável.
Em 2021, marcando sua década de existência, a Zé Coxinha viu-se adquirida pelo grupo Nazca, em uma transação cujo valor permaneceu confidencial.
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Sob a nova gestão, a empresa passou por uma renovação completa, direcionando seus esforços para a estratégia de franquias.
Em 2022, a Zé Coxinha reinventou-se ao começar a comercializar suas mini coxinhas e outros salgados de fabricação própria, embalados em caixas, com preços iniciais a partir de R$ 4,90. Além disso, a marca manteve seu compromisso com os salgados tradicionais e também ofereceu opções em centenas, vendidas por R$ 55. Paulo Mello, o novo CEO da marca, observou uma forte demanda por essas opções.
Mello destaca: “As pessoas perceberam que não precisam esperar por uma ocasião especial para desfrutar de nossos salgados.” Atualmente, cerca de 15% das vendas provêm do serviço de entrega, mas a empresa está empenhada em dobrar essa parcela, lançando produtos que atendam de forma eficaz a essa demanda, como o frango frito.
As projeções da rede são ambiciosas. Planeja-se alcançar a marca de 102 pontos de venda até o final do ano, entre unidades já em operação e negociações em andamento, com uma estimativa de faturamento de R$ 51 milhões. O investimento inicial necessário para ingressar como franqueado é a partir de R$ 120 mil, com um retorno previsto em até 22 meses.
Evolução e Expansão
Antes de 2020, a Zé Coxinha operava com um modelo de licenciamento, concentrando-se exclusivamente na venda de coxinhas em copos, com preços a partir de R$ 1, dependendo do tamanho da embalagem. Contudo, esse modelo revelou-se insustentável quando a empresa tentou expandir para outras regiões, acumulando quase 60 operações. A falta de investimento em qualidade levou a uma desaceleração nos negócios, perdendo a chance de se consolidar no mercado, conforme aponta Mello.
O grupo Nazca, com sua vasta experiência em gestão de diversos empreendimentos, incluindo o setor alimentício, enxergou uma oportunidade valiosa durante a pandemia e adquiriu a Zé Coxinha no final de 2020. “Começamos as conversas e concluímos a aquisição em janeiro de 2021, quando a rede já contava com 28 lojas”, compartilha o empresário.
Nossas tentativas de contato com a fundadora, Lorena Fornaciari, não obtiveram resposta. Em um depoimento concedido a um jornal em 2014, Fornaciari compartilhou que liderava a direção comercial da marca, trabalhando lado a lado com seu pai e irmão.
Investimentos e expansão de produção
Embora o valor da aquisição permaneça confidencial, o grupo Nazca revela que os investimentos após a compra totalizaram R$ 2,5 milhões. Esse montante englobou a reestruturação da empresa, a contratação de consultores especializados e adaptação de receitas e das instalações de produção. Como Mello salienta, “O projeto é completamente diferente do que era”.
A primeira medida foi convidar os empreendedores já envolvidos com a marca a se tornarem franqueados. De acordo com Mello, 17 recusaram a oferta e encerraram suas operações. Desde o ano passado, quando o novo projeto foi lançado, foram inauguradas 28 novas franquias. Atualmente, a rede conta com 39 lojas em operação e mais seis em processo de implantação.
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Ao longo de 2021, a rede fez uma revisão completa de seus fornecedores, estabeleceu uma nova cadeia logística, criou novas receitas para seus salgados e expandiu seu portfólio para incluir uma variedade de novos itens, além das coxinhas, visando aumentar seu potencial de faturamento.
A fábrica própria, com mil metros quadrados de área, é capaz de produzir mais de 20 mil salgados por hora, totalizando mais de 12 milhões de mini coxinhas mensalmente. Os estudos realizados pela marca indicam que há capacidade para atender até 150 lojas. A ambição da franquia é alcançar 400 operações até 2026, o que exigirá novos investimentos. A estratégia primordial é a expansão da Zé Coxinha no Rio de Janeiro, mas Minas Gerais e o próprio Espírito Santo também estão no radar da empresa para futuras expansões.