Segundo informações do portal Metropoles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), teria desempenhado um papel crucial e imediato na autorização de um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para a Argentina.
Em condições teóricas, a Argentina teria dificuldades em obter mais recursos devido ao seu limite de crédito já alcançado. No entanto, essa possibilidade tornou-se viável graças à influência substancial do Brasil nas decisões do CAF, onde detém uma participação significativa de 37,3% em seu capital.
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A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, caracterizada por uma inflação de dois dígitos, e estava buscando um empréstimo para atender às condições do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de US$ 7,5 bilhões. Com a intervenção de Lula, a maioria dos países membros do CAF concordou em direcionar US$ 1 bilhão para o FMI em nome da Argentina, de acordo com informações publicadas pelo blog Vera Rosa, no Estadão.
A exceção foi o Peru, que atravessa um período de instabilidade política considerável nos últimos anos e votou contra a proposta. Esse empréstimo também tem implicações políticas para o atual governo argentino, que está prestes a enfrentar eleições onde o candidato Javier Milei vem ganhando destaque nas pesquisas.
Eleições na Argentina
As eleições estão programadas para 22 de outubro e servirão para eleger o novo presidente da Argentina, substituindo o atual mandatário Alberto Fernández, que é um aliado próximo do ex-presidente Lula. Um dos candidatos mais proeminentes é Javier Milei, um político de extrema direita que abertamente declarou se inspirar no ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).
Em um recente debate televisivo, Milei questionou dados sobre o número de desaparecidos durante a ditadura argentina, contestou a afirmação de que as mulheres ganham menos que os homens no país e criticou a política vigente. Antes do debate, ele também caracterizou o atual presidente brasileiro como “socialista com inclinação totalitária”, o que não é surpreendente dado que aliados de Lula veem Milei como uma ameaça. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a expressar preocupações com o futuro do Mercosul, dada a ascensão de Milei.