Lula abordou o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Lula, Bolsonaro está profundamente envolvido em questões controversas.
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (11), Lula afirmou que a cada dia mais detalhes surgem, reforçando a ideia de uma possível tentativa de golpe, na qual o ex-presidente estava supostamente envolvido.
No entanto, Lula destacou que não pode comentar sobre o conteúdo específico da delação, pois não tem conhecimento detalhado sobre o assunto. Ele enfatizou que apenas o delegado que conduziu o depoimento e o coronel que prestou informações conhecem o conteúdo real da colaboração. O ex-presidente optou por não especular sobre os detalhes.
Lula também mencionou que Bolsonaro estava preocupado em “vender as joias”, embora não tenha explicado em detalhes a que se referia. Ele sugeriu que a atuação do ex-presidente teve impactos negativos no Brasil, mas não elaborou sobre essa afirmação.
“É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias”, disse.
A Delação de Mauro Cid
A delação de Mauro Cid está relacionada ao inquérito das milícias digitais e a investigações correlatas, incluindo a apuração sobre a venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro. O inquérito das milícias digitais tem como foco uma suposta organização criminosa envolvida em atividades que ameaçam o Estado Democrático de Direito.
Cid foi detido em maio deste ano durante uma operação da Polícia Federal que investigava a inserção de informações falsas de vacinação no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS) e a emissão de certificados de imunização contra a COVID-19. Após a homologação do acordo de delação, Cid recebeu liberdade provisória com a obrigação de usar tornozeleira eletrônica.
Decisão de Moraes e Medidas Cautelares
O ministro Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares a Mauro Cid, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, apresentações regulares em juízo, proibição de sair do país e cancelamento de passaportes. Além disso, foram suspensos o porte de armas de fogo e atividades relacionadas, o uso de redes sociais e a comunicação com outros investigados, com exceção de familiares específicos. Moraes também determinou o afastamento de Cid de suas funções no Exército e alertou que qualquer descumprimento das medidas pode resultar no retorno à prisão.
