A Volkswagen anunciou nesta terça-feira (27) que suspendeu temporariamente a produção em suas fábricas no Brasil, apesar dos incentivos do governo para impulsionar as vendas de automóveis.
De acordo com a marca alemã, as atividades nas unidades de São José dos Pinhais (PR), São Bernardo do Campo e Taubaté (SP) foram interrompidas devido à “estagnação do mercado”.
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Na fábrica de São José dos Pinhais, os dois turnos foram suspensos, com o primeiro entrando em layoff e prevendo o retorno das atividades em até cinco meses. O segundo turno foi interrompido na segunda-feira (26) e permanecerá parado até a próxima sexta-feira (30). Essa unidade é responsável pela produção do T-Cross e do Audi Q3.
Em Taubaté, os dois turnos responsáveis pela produção do Polo Track foram suspensos nesta semana. O complexo no interior paulista também fabricava os modelos Gol e Voyage, que foram descontinuados no início de 2023.
Já a fábrica de São Bernardo do Campo entrará em regime de férias coletivas de dez dias a partir de 10 de julho, interrompendo a produção dos modelos Virtus, Polo, Nivus e Saveiro nos dois turnos.
A Volkswagen informou que as paralisações, layoff e férias coletivas foram acordados com sindicatos e funcionários.
Essas interrupções ocorrem em um momento em que os incentivos do governo aumentaram em 260% as visitas às concessionárias no Brasil, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
O programa de crédito do governo já utilizou quase 90% dos recursos destinados aos carros populares, movimentando mais de R$ 420 milhões em três semanas, de um montante inicial de R$ 500 milhões.
A Volkswagen solicitou R$ 60 milhões ao governo para reduzir os preços dos modelos Polo, Virtus e Saveiro, sendo que o Polo tem sido um dos carros mais vendidos do país em 2023.
Se as fabricantes continuarem solicitando créditos nesse ritmo, é provável que os R$ 500 milhões se esgotem antes mesmo da abertura das vendas de automóveis e comerciais leves para locadoras, prorrogada em 15 dias.