A empresária Wilma Petrillo, viúva da falecida cantora Gal Costa, é alvo de graves acusações de assédio moral, ameaças, golpes financeiros e até de levar a renomada artista da MPB à falência. A reportagem de Thallys Braga, publicada na edição de julho da revista Piauí, expõe em detalhes esses episódios perturbadores, com base em entrevistas com 13 pessoas, incluindo seis ex-funcionários de Gal, seis amigos e seu irmão.
Relação marcada por abusos
Um ex-funcionário relata ter testemunhado uma discussão acalorada entre as duas em 2015. Gal teria questionado: “O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária você é?”. Em resposta, Wilma teria insultado: “Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar”.
Leia também: Sem citar Patrícia Poeta, Manoel Soares fala sobre saída da Globo
Segundo o funcionário, o atrito chegou até mesmo a um confronto físico. A atriz Sonia Braga também teria se afastado de Wilma após supostamente ter sido vítima de um golpe. No entanto, Sonia não respondeu aos pedidos de entrevista.
Prejuízos na carreira
O produtor Rodrigo Bruggermann, responsável pela organização dos shows de Gal nas cidades do sul do Brasil, descreve Wilma como “a pior pessoa com quem lidei nesse meio“. Ele relata que, além de ser grosseira, ela realizava mudanças de última hora nos shows e aplicava taxas surpresa. Bruggermann também revela que a cantora era impedida de fazer participações especiais em shows de outros artistas devido à interferência de Wilma, que provavelmente nem permitia que os convites chegassem até Gal.
Outro produtor, Ricardo Frugoli, testemunha que Gal Costa perdeu oportunidades de shows no Brasil e na Europa devido ao comportamento de sua empresária. Wilma teria feito acusações infundadas de roubo e furto contra funcionários, causando intrigas nos bastidores. Alguns membros da equipe teriam até entrado em depressão devido às humilhações sofridas.
Acredita-se que Wilma tenha bloqueado a realização de um show de Gal no Carnegie Hall, em Nova York. Ao ser informada sobre a proposta e a resposta de Wilma, Gal negou: “Isso é mentira”, teria alegado.
Afastamento de familiares e amigos
O médium Halu Gamashi, amigo próximo de Gal, relembra que, devido ao ciúme de Wilma, passou a se encontrar com a cantora em segredo. Ele conta que ouviu a empresária perguntar a Gal se ela não sentia vergonha por estar acima do peso: “Você está pensando que é quem? Nana Caymmi?”. Gamashi também estranhava o silêncio da cantora diante dessas situações.
Guto Burgos, irmão de Gal Costa, afirma que Wilma Petrillo o afastou da irmã em 1997 e que não teve participação na vida da cantora nos últimos anos. Ao ser questionado sobre o assunto, Guto respondeu emocionado: “Por favor, eu não quero mais falar disso. É um assunto que me dói muito”, disse à reportagem.
Dívidas e prejuízos financeiros
Após a morte de Gal Costa, um apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo, no valor de R$ 5 milhões, foi deixado para seu filho, Gabriel. Um ex-funcionário que trabalhou com a cantora revelou à revista que sua conta bancária era “um buraco negro”.
Todos os entrevistados concordam que a situação financeira de Gal Costa foi severamente afetada durante o período em que esteve sob a influência de Wilma Petrillo. Existiam altas dívidas em restaurantes, mensalidades escolares de Gabriel, pagamentos de funcionários e até com a Receita Federal dos Estados Unidos.
Amigos de Gal relataram que ela expressava medo de retornar aos Estados Unidos e ser presa, pois Wilma teria vendido um apartamento da cantora no país e não teria pago os impostos devidos.
Sepultamento polêmico
Após a morte de Gal Costa, Guto Burgos enviou um recado a Wilma, alertando que a cantora desejava ser enterrada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, ao lado de sua mãe, onde possuía um jazigo perpétuo. No entanto, a empresária decidiu que Gal seria sepultada no Cemitério da Consolação, no mausoléu da família de Wilma.
A revista Piauí procurou Wilma Petrillo para comentar as acusações, mas não obteve resposta. Além disso, o repórter foi bloqueado por ela no WhatsApp. O advogado da viúva de Gal Costa enviou uma “advertência” à revista, solicitando que a reportagem não fosse publicada, sob a ameaça de medidas judiciais.
