Crime de transfobia é equiparável ao de racismo, sendo inafiançável. A pena vai de um a três anos, podendo chegar a cinco em casos mais graves
A vereadora Flávia Borja, membro da banda cristã, causou polêmica durante uma reunião ordinária da Câmara Municipal de Belo Horizonte, realizada na última terça-feira (4).
Enquanto os vereadores discutiam um projeto de lei contra a discriminação por identidade de gênero nos estabelecimentos da capital mineira, Flávia Borja fez um posicionamento transfóbico, afirmando que pessoas trans não seriam bem-vindas na cidade.
+ Raul Gazolla revela que atriz de Travessia sofreu assédio sexual durante as gravações
“Esse é um projeto que vai contra a defesa real das mulheres na cidade de BH e também contra a liberdade de crença, a liberdade de religião e aquilo que nós entendemos que Deus fez homem e mulher. E o que passar disso, não é bem-vindo na nossa cidade”, disse a vereadora.
A vereadora Iza Lourença, por sua vez, rebateu o posicionamento de Flávia Borja, apontando que a transfobia é crime. “Liberdade de religião, a qual eu defendo muito, e liberdade de expressão não são passe livre para você discriminar pessoas”, afirmou.
Flávia Borja voltou ao palanque minutos depois para se defender, afirmando que não foi transfóbica, mas que quis defender a liberdade religiosa. Após citar uma passagem bíblica, a vereadora fez um novo ataque.
“Aqui é uma concepção, é uma crença. É aquilo que diz nosso livro sagrado. E no final das contas, só tem dois caminhos: ou a gente vai parar no ginecologista ou urologista”, declarou.
Até o momento, a Câmara Municipal de Belo Horizonte não se pronunciou sobre o caso. A discussão do projeto de lei contra a discriminação por identidade de gênero foi adiada para a próxima semana.