Na madrugada deste domingo (13/8), o chamado “fluxo”, grupo de usuários de drogas que compõe a Cracolândia no centro de São Paulo, mudou novamente de local. Moradores de um conjunto residencial na esquina da Rua dos Protestantes e Rua dos Gusmões relatam que a ação foi acompanhada por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Prefeitura.
Por volta das 3h do domingo, uma multidão de usuários seguiu para o novo endereço, gerando desconforto entre os moradores locais. Os relatos apontam para uma situação de pânico devido ao barulho, à presença de drogas e ao receio de roubos, causando dificuldades para que os moradores consigam dormir.
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Essa mudança ocorre após uma série de movimentações do “fluxo” pela ação de agentes municipais pelas ruas do bairro. Recentemente, comerciantes da Rua Santa Ifigênia, um importante polo de comércio de eletrônicos da cidade, protestaram contra a presença do grupo na área. Posteriormente, moradores fecharam a Avenida Duque de Caxias em manifestação contra o “fluxo”.
➡️ Sob escolta, Cracolândia é levada para novo local e deixa moradores em pânico
Segundo moradores, guardas-civis escoltaram “fluxo” da Cracolândia para cruzamento das ruas dos Gusmões e dos Protestantes, no centro de SP
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— Metrópoles (@Metropoles) August 14, 2023
Histórico de Mudanças
O governo estadual e a prefeitura da cidade já tentaram, em duas ocasiões anteriores, transferir o “fluxo” das ruas próximas às Estações Luz e Julio Prestes, na região do bairro Santa Ifigênia, para o bairro Bom Retiro, mas essas tentativas não obtiveram sucesso. Moradores protestaram contra a proposta, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) desistiu da ideia.
A nova mudança de local ocorre em uma área mais próxima. Até o sábado, a concentração de usuários estava próxima à Avenida Rio Branco, a algumas quadras de distância do novo endereço.
Uma moradora afirmou: “Os usuários já estavam aqui antes de tentarem levá-los para o Bom Retiro. A gente não consegue dormir por causa do barulho. E tem medo de sair de casa. Hoje tem feira, mas tive medo de sair de casa. Para sair, uso Uber, mas tenho muito medo, porque somos roubados. Já estouraram o vidro de um motorista para pegar o celular.”
Os moradores registraram vídeos tanto da nova localização do “fluxo” quanto de incidentes criminais ocorrendo na região. Equipes de limpeza municipal e agentes sociais já estavam presentes no novo local no domingo, e a rua foi esvaziada temporariamente durante a tarde para a realização da limpeza, uma prática comum nesse contexto.