Cinco indivíduos detidos sob suspeita de terem incendiado canaviais no Estado de São Paulo alegaram vínculos com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo informações reveladas pelo secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, à Reuters nesta terça-feira. A motivação por trás dos atos teria sido uma retaliação ao combate ao crime organizado promovido pelo governo paulista.
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Motivação Criminosa e Impacto Econômico
“A gente não sabe realmente a motivação, alguns se declararam ligados ao PCC, outros quiseram por forma ingênua se vingar contra o agronegócio, que é o verdadeiro aliado do Brasil, a mola propulsora da nossa economia…”, afirmou Piai durante um evento do setor em São Paulo.
Os incêndios destruíram milhares de hectares de canaviais na última semana, resultando em prejuízos que podem ultrapassar os R$ 350 milhões, conforme estimativas da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). As chamas afetaram mais de 1% das lavouras de cana no estado, o maior produtor do país.
Investigação e Reação das Autoridades
A Polícia Federal está à frente das investigações, trabalhando em conjunto com o governo paulista. Imagens de satélite sugerem que os incêndios começaram simultaneamente em vários pontos, o que reforça a suspeita de ação criminosa coordenada.
Piai também destacou que o crime organizado poderia estar retaliando o governo paulista pelas medidas de combate a combustíveis adulterados. “O governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Segurança Pública e Secretaria da Fazenda, está trabalhando muito contra combustíveis adulterados”, enfatizou.
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Prejuízos e Medidas de Apoio
Os danos causados pelos incêndios foram descritos como “bilionários” pelo secretário, que anunciou que o governo paulista liberará crédito para pequenos produtores afetados e para aqueles que perderam suas moradias no fogo. Ao todo, 150 municípios foram atingidos pelas chamas.
Durante o mesmo evento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também classificou os incêndios como criminosos, embora tenha evitado entrar em detalhes sobre as investigações.
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que representa as usinas do centro-sul do Brasil, informou que não comentará as investigações em andamento. Já a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não respondeu aos pedidos de comentário.
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