A Polícia Federal tomou uma medida significativa ao emitir um pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário de Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama. Esta ação a inclui formalmente no inquérito que está analisando casos de desvio de presentes oferecidos a Jair Bolsonaro por autoridades.
A autorização para a quebra de sigilo aguarda a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que é o relator deste caso. Michelle Bolsonaro se junta agora a outros indivíduos sob investigação, incluindo o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, que já foi ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro César Lourena Cid (pai de Mauro Cid), Osmar Crivelatti (também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e Frederick Wassef, ex-advogado de Jair Bolsonaro e sua família.
Leia também: Polícia Federal pede quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro
Todos esses nomes estão sob investigação no âmbito da operação “Lucas 12:2”, cujo nome faz referência a uma passagem bíblica que afirma: “Não há nada escondido que não venha a ser revelado, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
O foco principal desta operação é obter informações sobre a possível venda de joias que foram presenteadas a Jair Bolsonaro por outros líderes mundiais. Um dos casos emblemáticos é o kit de joias da renomada marca suíça Chopard, avaliado em mais de 100 mil dólares, que foi presenteado pelo governo da Arábia Saudita.
A investigação revelou que houve tentativas de comercializar essas joias em um leilão nos Estados Unidos. No entanto, devido ao fato de serem presentes oferecidos a um Chefe de Estado, essas peças têm um caráter de interesse público e não podem ser vendidas sem autorização governamental. Além disso, tais itens não podem deixar o território brasileiro sem a devida permissão do Estado. O escopo da operação busca compreender as circunstâncias em torno dessas tentativas de desvio e venda das joias presenteadas.