A PF não seguiu a determinação do Ministro
A Polícia Federal realizou uma operação na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (3/5), em busca de evidências de fraude envolvendo seu cartão de vacina e o da filha, Laura Bolsonaro.
Além disso, a corporação prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e afirmou em documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que Bolsonaro “tinha plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação”.
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A Operação Venire, como foi chamada, investiga a inserção de dados falsos de vacinas contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, com o objetivo de emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas. Além de Bolsonaro e sua filha, a polícia identificou a falsificação de dados de vacina de Mauro Cid, sua esposa e filha.
A decisão de Moraes de não apreender o passaporte de Bolsonaro na operação, como constava no despacho, foi acatada pela PF, que considerou a medida desnecessária. Apesar disso, o ex-presidente havia planejado uma viagem para um evento conservador em Portugal no próximo dia 13.
O envolvimento de Bolsonaro no esquema fraudulento é indicado pela emissão de comprovantes de vacinação feitos a partir do Palácio do Planalto em seu nome em dezembro de 2021.
O ministro Moraes afirmou que a linha investigativa sobre a possibilidade de Bolsonaro ter buscado vantagens com a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS é “plausível, lógica e robusta”. A polícia também destacou o “exposto e o notório posicionamento público” do ex-presidente contra a vacinação como um indício de sua intenção de se imunizar sem ter sido vacinado de fato.