Em um desdobramento chocante, um pastor, com 38 anos, de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, foi condenado pela Justiça por promover a prática de maus-tratos contra crianças.
A sentença, proveniente da Vara do Juizado Especial Cível local, resultou em quatro meses de prisão em regime aberto, convertidos em pagamento de um salário mínimo a uma entidade social pública ou privada. Uma decisão histórica que está gerando repercussões em todo o país.
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A denúncia, movida pelo Ministério Público de São Paulo, revelou que o pastor Leandro Rafael da Silva Cézar, ao discursar diante dos fiéis, fez uso de uma interpretação literal de um trecho bíblico para defender o castigo físico em crianças. O promotor Jaime Meira do Nascimento Junior destacou que o líder religioso, em um vídeo nas redes sociais, estabeleceu como limite para interromper as agressões o momento em que as vítimas “começassem a morrer”.
“Você tem que dar varada no seu filho, meu irmão. Depois que ele apanhou das varadas, tem que sair mancando, senão não tem graça”, foram algumas das declarações preocupantes do pastor, conforme registrado pelo Ministério Público.
A Justiça não apenas impôs a condenação, mas também determinou uma indenização de R$ 10 mil por danos morais coletivos.
A defesa do pastor, conduzida pelo advogado Filipe Moreno Ramos, anunciou a intenção de recorrer da decisão, destacando que a fala do pastor em audiência era um pedido de retratação. Ramos ressaltou a descontextualização de uma pregação extensa em oito vídeos, publicada nas redes sociais, o que, segundo ele, distorceu a mensagem original.
Em seu posicionamento, o pastor afirmou ser contra a violência e explicou que estava abordando o lado bíblico da repreensão. Admitiu o uso de expressões duras das quais se arrepende.
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