Médica do Samu usava garrafa para fingir que trabalhava

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Uma estratégia utilizada para burlar o sistema de controle de horários dos médicos na central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Porto Alegre foi revelada por Jimmy Herrera, o coordenador do serviço, em uma reportagem da RBS TV.

Conforme as declarações de Herrera, uma das médicas envolvidas na fraude colocava uma garrafa d’água sobre o teclado do computador sempre que saía do posto de trabalho. Essa ação mantinha algumas teclas pressionadas, impedindo que o computador desligasse e, por consequência, nada era registrado no sistema.

“Ela deixou uma garrafa em cima do teclado justamente para que ficasse emitindo um número ou uma letra dentro da tela, para que o sistema não caísse, como se alguém estivesse usando o sistema”, conta Herrera.

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No domingo (27), uma matéria veiculada pelo programa Fantástico denunciou práticas irregulares na gestão das escalas do Samu no Rio Grande do Sul.

Como resposta, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a instauração de uma sindicância, a realização de auditorias e a implementação de novos mecanismos de controle na central de regulação do Samu, como a instalação de câmeras.

Segundo Jimmy Herrera, os monitores dos computadores utilizados pelos médicos na central do Samu são desconectados do sistema após 10 minutos de inatividade, e isso é registrado.

Portanto, médicos que se afastam por um período prolongado precisam fornecer justificativas para suas ausências.

O próprio médico que coordena a central admitiu estar ciente da fraude e acusou a administração de não ter adotado as medidas cabíveis.

Ele também revelou que um colega médico chegou a apresentar 12 atestados médicos falsos para cumprir um horário inferior ao acordado contratualmente.

Médicos do Samu largam o trabalho antes da hora (Foto: Reprodução)
Médicos do Samu largam o trabalho antes da hora (Foto: Reprodução)

Há suspeitas de que a gerência da Central do Samu aprovava de maneira imprópria as faltas, justificando na folha de pagamento que havia “problemas na marcação pelo relógio de ponto”.

A central de regulação do Samu é responsável por atender chamadas via telefone 192 de 493 municípios do estado do RS.

Dentre essas cidades, em 269 delas, os médicos também são encarregados de despachar as ambulâncias e determinar os hospitais para onde os pacientes devem ser encaminhados.

Nesta segunda-feira, dia 28, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, gravou uma mensagem de desculpas. A investigação interna iniciada pelo departamento com o objetivo de esclarecer o ocorrido possui um prazo de 30 dias para ser finalizada.

Além disso, está prevista a implementação de um sistema de câmeras e catracas para monitorar as entradas e saídas no local.

Débora Carvalho
Débora Carvalho

Uma apaixonada por histórias e uma contadora nata. Com base em Belo Horizonte, curso Jornalismo e alimento minha curiosidade incessante por notícias e cultura pop. Se você procura uma abordagem vibrante e envolvente, está no lugar certo!

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