A primeira Marcha para Exu, sob o lema “nunca foi sorte, sempre foi macumba!”, promete movimentar a Avenida Paulista em São Paulo, seguindo os passos da Marcha para Jesus, que ocorreu há três décadas atrás. Agendado para o dia 13 de agosto, o evento é uma homenagem a Exu, uma figura central nas religiões afrobrasileiras, como umbanda e candomblé.
Essa notícia tem causado certo incômodo em parcelas evangélicas historicamente avessas às crenças de matriz africana.
Alguns sites como Guia-me, Portal do Trono e Fuxico Gospel destacam que a Avenida Paulista também abriga a “Parada Gay” (Parada do Orgulho LGBT+), um evento que tem gerado polêmica nesse segmento religioso.
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Além disso, esses sites mencionam que a realização da Marcha para Jesus no mesmo espaço tem sido negada, embora o idealizador do ato cristão, o apóstolo Estevam Hernandes, explique que é inviável manter o evento na via devido à sua grande dimensão.
O organizador da Marcha para Exu, o empresário Jonathan Pires, afirma que não teve a intenção de confrontar com a Marcha para Jesus e que sua motivação é quebrar o preconceito existente. Ele se iniciou nas religiões afrobrasileiras aos 17 anos e é dono da maior página umbandista no Facebook, com mais de 871 mil seguidores.
![Jonathan Pires, 31, idealizador da Marcha para Exu](https://i0.wp.com/tagnoticias.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Jonathan-Pires-31-idealizador-da-Marcha-para-Exu.jpg?resize=935%2C623&ssl=1)
Exu, sendo um orixá no candomblé e uma entidade na umbanda, é uma figura mal compreendida devido à associação errônea com o demônio no cristianismo, o que alimenta a intolerância religiosa contra as crenças afrobrasileiras.
A celebração da Marcha para Exu busca desmistificar essa associação e mostrar que Exu é um mensageiro entre divindades e seres humanos, símbolo de vida, respeito e amor.
As lideranças das crenças de origem africana ainda não foram anunciadas como convidadas para a marcha, sendo a convocação voltada principalmente para influenciadores e figuras importantes da religião.
O evento está sendo organizado de forma independente de motivações políticas, e o criador da marcha pretende manter a pureza da causa, vetando a presença de políticos nos trios elétricos contratados.
ORGANIZAÇÃO
As autoridades de segurança pública informam que estão em contato com os representantes da Associação Maria Padilha, responsável pelo evento, para garantir a ordem e a segurança durante a marcha.
A prefeitura de São Paulo ainda não foi oficialmente notificada sobre o evento, mas a organização já reapresentou o pedido.
A primeira Marcha para Exu se configura como um movimento importante para promover a tolerância religiosa, esclarecer equívocos e fortalecer a fé e as raízes das religiões afrobrasileiras, trazendo à tona a força ancestral que pulsa dentro de seus praticantes.
A iniciativa é liderada por Jonathan Pires, uma figura relevante nas redes sociais, onde possui uma grande quantidade de seguidores interessados em suas abordagens relacionadas à umbanda.