No último sábado (8/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou para a cidade de Letícia, na Colômbia, onde participou do encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia, um evento promovido pelo governo colombiano.
Com essa nova visita internacional, a Colômbia se torna o 13º país a ser visitado por Lula desde o início do ano, superando o número de viagens realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu primeiro ano de governo, que foram 10. Se considerarmos apenas os primeiros seis meses do mandato de Bolsonaro, ele visitou apenas seis países.
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Em contraste com o isolamento diplomático de Bolsonaro, Lula tem apostado na diplomacia presidencial para restabelecer vínculos com aliados estratégicos e recuperar o protagonismo do Brasil em temas importantes como meio ambiente e direitos humanos.
A estratégia de Lula tem sido priorizar agendas na Europa e nas Américas, tendo já visitado países como Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália, Vaticano, França, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Colômbia. Além disso, ele também expandiu suas visitas para a Ásia, incluindo China, Emirados Árabes Unidos e Japão.
Essa ênfase nas regiões europeia e americana contrasta com os esforços do governo brasileiro em avançar nas negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. As divergências entre os blocos, principalmente em questões ambientais lideradas pela França, têm gerado obstáculos para a ratificação do acordo.
Internamente, o governo brasileiro tem trabalhado em um documento com respostas às exigências ambientais da União Europeia. No entanto, Lula já expressou que considera os termos colocados pela UE como “inaceitáveis”.
A visita de Lula à Colômbia atendeu ao pedido do presidente do país, Gustavo Petro, para que o Brasil participasse do encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia. Durante a visita, além de participar da cúpula, Lula teve uma reunião bilateral com Petro, focando em temas relacionados ao comércio, investimentos, cooperação em defesa e segurança.
A delegação brasileira também esteve envolvida nas negociações da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a elaboração de uma declaração conjunta que será adotada durante a Cúpula da Amazônia, que ocorrerá no próximo mês em Belém (PA). Essa declaração abordará uma agenda regional ambiciosa em prol do desenvolvimento sustentável da Amazônia, incluindo a proteção do bioma, a inclusão social, o estímulo à ciência, tecnologia e inovação, a promoção da bioeconomia e o reconhecimento dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas.
A Colômbia é o quarto maior parceiro comercial do Brasil na América Latina, ficando atrás apenas da Argentina, Chile e México. No ano passado, o volume de trocas comerciais entre os dois países alcançou US$ 7,4 bilhões, sendo que a maior parte das exportações brasileiras para a Colômbia foi composta por manufaturados e semimanufaturados, como veículos, produtos automotivos, milho, café, papel/celulose, produtos químicos e farelo de soja. Por sua vez, as importações da Colômbia para o Brasil foram concentradas em carvão e produtos químicos.
