O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (15/8) que “ainda não” reconhece Nicolás Maduro como presidente reeleito da Venezuela. Segundo Lula, o líder venezuelano “sabe que está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”.
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Lula explicou que mantém uma “relação com a Venezuela desde que tomei posse em 2002” e destacou que “não é bom que o presidente de um país dê palpite sobre o presidente de outro país”. Apesar disso, o presidente brasileiro reconheceu que a relação com a Venezuela tem enfrentado dificuldades e “ruídos”.
Situação Política e Eleitoral na Venezuela
Lula comentou que a relação entre Brasil e Venezuela ficou prejudicada devido à deterioração da situação política no país vizinho. Ele afirmou ter conversado pessoalmente com Maduro antes das eleições, destacando a importância de garantir a transparência e a legitimidade do resultado eleitoral para facilitar a suspensão das sanções contra a Venezuela.
O presidente mencionou que durante o processo eleitoral, observadores brasileiros não relataram transtornos, mas que a confusão começou na divulgação dos resultados. Lula mencionou as acusações dos líderes opositores Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, que afirmam que as eleições foram fraudadas e que Maduro deve apresentar as atas eleitorais.
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“É importante que a gente tenha alguém para analisar as atas. Só para ter ideia, as urnas da Venezuela têm ticket que é colocado na urna, tem voto eletrônico e urna. Queremos que o conselho nacional diga, publicamente, quem ganhou as eleições”, defendeu Lula.
Sugestão de Novas Eleições
Ao ser questionado sobre o resultado das eleições, Lula ressaltou que não pode afirmar se a oposição venceu ou se Maduro foi o vencedor sem ter acesso a dados concretos. Ele se mostrou cauteloso, destacando que não quer se precipitar em suas declarações.
Como possível solução para a crise civil que afeta a Venezuela, Lula sugeriu que Maduro poderia demonstrar bom senso convocando novas eleições, criando um comitê eleitoral com a participação de diversas partes interessadas e permitindo a presença de observadores internacionais. “Não posso ser precipitado e tomar decisão da mesma forma que quero que respeitem o Brasil. Quero respeitar a soberania de outros países”, concluiu Lula.
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