Juscelino Filho ganhou mais dinheiro público com viagens do que ministros com salários

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Até junho deste ano, o ministro Juscelino Filho (União Brasil-MA) já havia consumido R$ 222.525,42 em viagens a serviço do Ministério das Comunicações. Isso significa que, em média, ele gastou mais de R$ 37 mil por mês com passagens internacionais e diárias em hotéis.

Comparativamente, Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, recebeu uma remuneração líquida de R$ 29.249,25 em janeiro. Enquanto isso, o ministro Fernando Haddad, lutando pela aprovação de diversas medidas econômicas no governo federal, acumulou até maio a quantia de R$ 136.958,75 em seus salários.

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Neste mesmo período, Juscelino Filho gastou mais de R$ 211 mil somente com suas viagens. Contudo, ao contrário da maioria dos ministros, a informação sobre o salário de Juscelino não está disponível no espaço do Portal da Transparência.

O ministro enfrentou polêmicas relacionadas ao uso de recursos públicos de forma questionável. Após explicar o uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a um leilão de cavalos de raça, novos episódios suspeitos surgiram. Uma investigação dos gastos da União com suas viagens revelou inconsistências nas prestações de contas, incluindo embolsar diárias com “esticadinhas” em agendas e divergências nas informações sobre passagens nacionais e internacionais.

Em suas viagens, Juscelino costuma prolongar sua estadia, ficando em locais de origem de seus compromissos por todo o fim de semana. Além disso, há registros de recebimento de diárias mesmo quando suas agendas oficiais indicavam um menor número de dias de trabalho.

As viagens incluíram países como China e Estados Unidos, sendo que algumas das passagens aéreas foram emitidas em nome de Juscelino mesmo quando ele estava distante do Brasil. Tais situações dificultam a fiscalização dos gastos realizados com recursos públicos.

Após a reportagem do portal Metrópoles contatar a assessoria do ministro, alguns campos vazios na agenda de Juscelino foram preenchidos. Além disso, as despesas da equipe que o acompanhou nas viagens foram lançadas em seus respectivos CPFs, levantando questionamentos sobre a transparência e a conformidade dos gastos realizados.

As polêmicas envolvendo os gastos e as viagens do ministro geram questionamentos sobre o uso apropriado de recursos públicos e exigem maior clareza e rigor nas prestações de contas dos representantes públicos.

Sarah Oliveira
Sarah Oliveira

Uma amante das palavras em uma jornada incessante de descoberta. Originária de São Paulo, encontro nas nuances da linguagem minha paixão. Com formação em Comunicação, tenho o prazer de guiar você pelos intrincados caminhos das notícias, oferecendo uma perspectiva única sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

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