O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou sua primeira deflação em 12 meses
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou uma queda de 0,95% em abril, marcando a primeira deflação em um período de 12 meses desde 2018, com uma redução acumulada de 2,17%. Apesar disso, essa redução não deverá ter impacto nos preços dos aluguéis de imóveis no Brasil, segundo especialistas consultados pelo portal Terra.
Os especialistas argumentam que a diminuição do IGP-M não terá influência significativa no valor dos imóveis disponíveis para locação, pois os preços dos aluguéis estão mais relacionados às condições do mercado. Devido à alta demanda e à escassez de oferta, é esperado que os preços permaneçam elevados.
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De acordo com João Rogério Filho, economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, “o mercado de aluguéis determina os preços com base na disponibilidade de imóveis para locação e no número de pessoas interessadas em alugá-los. Portanto, a variação do IGP-M não é um fator decisivo para o preço médio dos aluguéis”.
Essa visão é respaldada por André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Segundo ele, o IGP-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), não tem a finalidade de ser um indexador dos preços dos aluguéis.
A utilização do IGP-M como indexador dos preços dos aluguéis é uma escolha do setor imobiliário. André Braz explica que “o índice não foi concebido com essa finalidade, e a sua aplicação como tal depende de acordos entre locatários e proprietários. Alguns contratos podem conter cláusulas que estabelecem que, quando o IGP-M apresenta variação negativa, não há reajuste, mas isso depende da redação do contrato”.
Em termos de negociação, João Rogério Filho enfatiza a importância do bom senso e da boa fé entre as partes envolvidas. Independentemente das cláusulas contratuais, é fundamental buscar um equilíbrio e uma solução justa para ambas as partes.
Embora a oferta e a demanda de imóveis sejam os principais fatores determinantes dos preços dos aluguéis, a distorção do IGP-M em relação à inflação média durante a pandemia levou muitos contratos a adotarem o IPCA, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Entretanto, de acordo com André Braz, nem o IGP-M nem o IPCA são os índices mais adequados para ajustar os preços dos aluguéis. Ele sugere que o IVAR, Índice de Variação de Aluguéis Residenciais, seria mais apropriado, pois mede especificamente a variação dos aluguéis residenciais.