O Hospital Sírio-Libanês, renomada instituição de saúde, enfrenta uma condenação em segunda instância relacionada a um caso de negligência médica que resultou na morte de um bebê de apenas um ano de idade. Segundo a decisão, o garoto faleceu após seis horas de intenso sofrimento e agonia devido a erros médicos e falta de cuidados adequados.
Leia também: Tragédia: Recém-nascido morre com tiro na cabeça em Maringá, no Paraná
A condenação exige que o hospital e os médicos responsáveis pelo atendimento paguem uma indenização no valor de aproximadamente R$ 969,6 mil, acrescido de juros e correção monetária. A desembargadora Hertha Helena de Oliveira, relatora do processo, destacou que a demora na avaliação do paciente foi crucial para a perda de sua única chance de sobrevivência, classificando a conduta da médica como estarrecedora.
O que aconteceu?
O caso teve início em março de 2018, quando Pedro de Assis Cândido, diagnosticado com a doença granulomatosa crônica (DGC), foi internado no Hospital Sírio-Libanês para realizar um transplante de medula óssea. A doença genética impede o combate eficiente a bactérias e fungos pelo organismo.
Contudo, durante o tratamento, o menino começou a apresentar sinais de incômodo e dor intensa após a quimioterapia. Os pais solicitaram a presença de um médico, mas a equipe só compareceu quando ocorreu uma parada cardiorrespiratória, horas depois. Mesmo após receber duas doses de morfina, a criança não foi transferida imediatamente para a UTI, alegadamente por falta de vagas, vindo a sofrer outra parada cardiorrespiratória e falecer no dia seguinte.
![Pedro de Assis Cândido, que tinha um ano quando morreu Imagem: Arquivo pessoal](https://i0.wp.com/tagnoticias.com.br/wp-content/uploads/2023/08/pedro-de-assis-candido-que-tinha-um-ano-quando-morreu-1690981158037_v2_360x480.jpg-e1690993484698.webp?resize=478%2C376&ssl=1)
Imagem: Arquivo pessoal
O hospital já havia sido condenado em primeira instância, sendo classificada a situação como uma cena de horror e tortura, resultando em negligência da instituição. A equipe médica alegou que o acompanhamento estava em tempo integral e que não havia necessidade de presença médica constante.
Leia também: Jovem que cheirou pimenta recebe alta e mãe relata como ela está: “Como um neném”
Embora ainda haja possibilidade de recurso, a condenação mantida pela segunda instância reforça a gravidade do caso e a responsabilidade da instituição e profissionais envolvidos na tragédia. Procurado para comentar o andamento do caso, o Sírio-Libanês preferiu não se pronunciar devido ao trâmite legal em curso.
Os médicos hematologistas Vanderson Rocha e Alessandra Gomes também foram condenados, com os valores da indenização a serem pagos conjuntamente entre os médicos e o hospital, conforme a decisão judicial.
O que a defesa diz?
A defesa dos médicos alegou que o óbito não se relacionou com os atendimentos prestados, destacando a gravidade da doença do paciente e os riscos envolvidos no tratamento. Os pais do garoto afirmam que foram advertidos sobre os riscos, mas responsabilizam a equipe médica pela falta de ações adequadas diante da emergência.
O desfecho deste trágico episódio coloca em evidência a importância da segurança e responsabilidade nos cuidados médicos e levanta questões cruciais sobre a garantia de um atendimento de qualidade e eficaz em casos de doenças graves e complexas.