Haddad diz que incentivo para compra de carros novos será temporário

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O Ministro da Fazenda esclareceu o objetivo e as expectativas em relação ao programa de desoneração de veículos proposto pelo Governo Federal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu uma entrevista nesta sexta-feira, em que reafirmou que o programa de desoneração de veículos, anunciado recentemente pelo governo, terá uma curta duração e tem como objetivo impulsionar as vendas no setor até que os juros comecem a cair, algo que ele prevê que acontecerá em breve.

Durante a entrevista à GloboNews, Haddad também reiterou seu apoio à adoção de uma meta de inflação contínua. Em relação à polêmica em torno da licença para a Petrobras atuar na região da Margem Equatorial, o ministro destacou a necessidade de conciliar a preservação da área ecologicamente sensível com a exploração pela estatal.

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Haddad descreveu o programa direcionado ao setor automotivo como sendo de curto prazo, com uma duração de três a quatro meses, destinado a evitar o fechamento de fábricas no Brasil.

“Não é um programa de longo prazo, é um programa de curto prazo, que vai durar alguns meses este ano. Tenho certeza de que retomaremos o financiamento quando a taxa de juros começar a cair”, afirmou Haddad.

Quando questionado sobre as críticas ao programa automotivo, que apontam para a renúncia fiscal do governo em um momento em que o novo arcabouço fiscal está sendo implementado, Haddad declarou que a renúncia fiscal resultante do programa pode não chegar a um quarto dos 8 bilhões de reais estimados por especialistas, ou seja, pode ficar abaixo de 2 bilhões de reais. Ele acrescentou que sua equipe deve concluir o cálculo desses custos até a semana seguinte.

Na quinta-feira, o governo anunciou sua intenção de reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) para carros com valor de até 120 mil reais, em um acordo com a indústria automotiva que poderá resultar em reduções de preço entre 1,5% e 10,96% para o consumidor final, dependendo da eficiência energética, valor do veículo e grau de nacionalização da produção.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que o preço do carro mais barato produzido no Brasil, que atualmente custa cerca de 70 mil reais, poderá cair para menos de 60 mil reais.

Haddad mencionou que o Brasil está prestes a entrar em um ciclo de redução de juros e que o governo está focado em lidar com o que ele chamou de “hiato” até que o consumo seja retomado. Ele destacou que a inflação está mais controlada e que o câmbio está estável, em um patamar mais baixo do que no início do governo.

“Estávamos com a ideia de que, nesse momento, e estamos prestes a concretizar, teríamos um ciclo de queda das taxas de juros. A inflação está mais controlada, o câmbio está estável em um patamar bem inferior ao que herdamos, as curvas futuras de juros estão caindo, o PIB está sendo revisto para cima”, disse Haddad.

 

Sarah Oliveira
Sarah Oliveira

Uma amante das palavras em uma jornada incessante de descoberta. Originária de São Paulo, encontro nas nuances da linguagem minha paixão. Com formação em Comunicação, tenho o prazer de guiar você pelos intrincados caminhos das notícias, oferecendo uma perspectiva única sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

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