O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concedeu uma entrevista ao portal Metrópoles nesta quarta-feira (26/7), na qual discutiu a proposta de taxação de fortunas para os chamados “super-ricos”. Segundo Haddad, essa classe possui uma tributação diferenciada, sem o pagamento do “come-cotas”, o que cria uma espécie de “conta paradisíaca” para cerca de 2 mil famílias de super-ricos.
O ministro enfatizou que a não taxação das grandes fortunas é uma questão de uma legislação ultrapassada e que a ideia é cobrar os rendimentos desses fundos, assim como ocorre com os trabalhadores através do Imposto de Renda.
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Haddad também comentou sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, ressaltando que será um orçamento equilibrado, ou seja, com déficit primário igual a zero. Ele explicou que, caso o Congresso não aprove a proposta, o relator terá que ajustar o orçamento de acordo com o que foi acordado.
Veja a entrevista na íntegra
Quanto à taxa Selic, o ministro reafirmou o esforço do governo para reduzi-la e mencionou o papel do Banco Central, representado por Roberto Campos Neto, como um pressuposto nesse processo. Haddad destacou que a inflação está controlada e que o mercado espera uma queda de 0,5% nos juros na próxima reunião do Copom.
Sobre a relação com o mercado financeiro, Haddad apontou que melhorou significativamente, mas ainda existem obstáculos a serem superados. Ele ressaltou a importância de saber conduzir o mercado, composto por indivíduos com diferentes visões e valores, e reconheceu que a recolocação do Brasil em uma trajetória de desenvolvimento sustentável não será uma tarefa fácil.