O streaming Globoplay, uma iniciativa relativamente jovem no mercado, desponta como uma das principais apostas da Globo para o futuro. No entanto, surgiram desafios significativos em relação aos investimentos realizados, transformando o setor em um verdadeiro desafio financeiro.
De acordo com fontes especializadas em tecnologia e streaming, consultadas nos últimos meses pelo renomado jornalista Ricardo Feltrin, estima-se que as perdas acumuladas pela Globo com o Globoplay desde 2015 alcancem cifras bilionárias.
As projeções indicam que o prejuízo pode variar entre impressionantes R$ 11 bilhões e R$ 16,8 bilhões. Entretanto, especialistas do mercado não descartam a possibilidade de essas estimativas estarem subestimadas. Por outro lado, a Globo encara esses números não como prejuízo, mas sim como um investimento estratégico.
Ao ser questionada sobre o assunto, a emissora optou por não se manifestar.
Adicionalmente, especialistas em análise financeira sugerem que a Globo pode estar ocultando essas perdas em suas demonstrações financeiras anuais, graças à sua nova empresa controladora, chamada de Uma Só Globo, na qual os números se mesclam. Uma evidência disso é que o termo “Globoplay” é mencionado apenas três vezes no balanço de 2022, em notas explicativas, sem nenhuma referência financeira específica.
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Outra questão levantada pelo jornalista é o crescimento aparentemente abaixo do esperado do Globoplay, tanto em número de assinantes quanto em audiência. Embora o streaming da Globo alegue ter 20 milhões de usuários únicos ativos, ele não divulga, sob nenhuma circunstância, o número real de assinantes pagantes. Estima-se que esse número não chegue nem à metade da quantidade mencionada.
Vale ressaltar que o Globoplay oferece uma ampla variedade de conteúdo gratuito, porém muitas das produções em seu catálogo apresentam qualidade de áudio e vídeo inferior, além de serem reprises pouco atrativas. Como se não bastasse, o serviço enfrenta um desafio em termos de audiência: o Globoplay possui apenas um quinto da popularidade da Netflix e apenas um décimo quinto da audiência do YouTube.
Segue abaixo o ranking de Ibope (share) dos serviços de streaming:
Em % de todos os aparelhos ligados 24 horas dentro das residências
Youtube: 14,1%
Netflix: 4,2%
TikTok: 3,1%
Globoplay: 0,8%
Prime Video: 0,5%
Twitch: 0,3%
HBO Max: 0,3%
Outros: 0,5%
Total consumindo streaming: 23,8%
*Não contabilizados aparelhos usados para games
Fonte: Kantar Media, medição nacional do mês de maio de 2023