O Flamengo tomou uma decisão drástica após o ocorrido no vestiário da Arena Independência, em Belo Horizonte. O preparador físico Pablo Fernández foi demitido após agredir o atacante Pedro com um soco no rosto logo após a vitória por 2 a 1 contra o Atlético-MG. A demissão foi comunicada a Fernández no começo da noite de domingo.
O clima de tensão já pairava no ambiente, mesmo antes da delegação retornar para o Rio de Janeiro. Enquanto Pablo prestou depoimento na delegacia em Belo Horizonte, Pedro também precisou fazer um exame de corpo de delito para registrar o incidente.
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Pablo Fernández era uma figura relevante na comissão técnica de Jorge Sampaoli, tendo participação ativa nas decisões e ministrando treinos no Ninho do Urubu. No entanto, sua conduta inaceitável culminou em sua demissão. O futuro de Marcos Fernández, filho de Pablo e também integrante da comissão, ainda está indefinido.
Para definir os próximos passos, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel irão se reunir com o técnico Jorge Sampaoli ainda neste domingo. O presidente Rodolfo Landim, que está em Miami para compromissos com o Inter Miami e o Real Madrid, mantém comunicação frequente com os dirigentes por telefone. A questão jurídica envolvida e o bom desempenho recente do Flamengo são fatores que pesam na balança ao tomar a decisão sobre o futuro do treinador.
Após a polêmica, o preparador físico retornou ao Rio de Janeiro e se manifestou por meio de uma nota oficial, onde pediu desculpas a Pedro e a todos no Flamengo. Ele reconheceu ter agido de forma errada e expressou o desejo de se acertar com o jogador. Pablo Fernández também destacou a necessidade de trabalhar para melhorar e corrigir sua conduta no futuro.
Leia a nota na íntegra:
“Eu poderia começar essas palavras de mil maneiras, mas a única que realmente faz sentido é pedir desculpas. Ao Pedro, aos colegas, aos trabalhadores e ao Flamengo.
Entrei no vestiário muito chateado, querendo resolver logo a situação e fiz errado. Foi planejado que hoje seria um dia de folga. É uma pena, porque eu gostaria de poder, primeiro, falar sobre isso pessoalmente com todos os funcionários do clube. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma.
Estive pensando sobre o que aconteceu por horas e gostaria de poder voltar no tempo. Mas não se pode. O que existe é o presente e o futuro. Isso é pedir perdão e tentar novamente. Todas as vezes que for necessário. Lamento e gostaria de corrigir.
A alta competição geralmente tem coisas que nos fazem mal. Situações de alto estresse que nos fazem reagir e pensar mal. Não pretendo situar esse contexto como uma desculpa, mas como uma explicação.
Definitivamente, se eu tivesse divergências com o Pedro deveria tê-las resolvido em outro momento e de outra forma. Vou tentar fazer isso acontecer. Vou trabalhar para mudar e ser melhor.”