Um episódio chocante veio à tona com a divulgação de uma captura de tela de uma conversa por WhatsApp, que aponta para o possível vazamento de informações cruciais sobre o caso Marielle.
De acordo com a reportagem do portal Metrópoles, o sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), Maurício Júnior, também conhecido como “Mauricinho”, é acusado de ter fornecido dados da investigação para os suspeitos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco, incluindo Ronnie Lessa, ex-PM apontado como o autor dos disparos.
Leia também: Ladrões invadem casa e fazem roleta-russa em assalto: “Vamos jogar um jogo”
As autoridades têm acompanhado Mauricinho de perto desde 2019, quando o Setor de Inteligência da Polícia Civil flagrou um encontro dele com Ronnie Lessa e outro policial, Pedro Bazzanella, no Bar Resenha, localizado na Barra da Tijuca (RJ). O encontro ocorreu logo após Bazzanella e Élcio de Queiroz prestarem depoimentos sobre o caso Marielle na Delegacia de Homicídios. Mauricinho esteve presente na última conversa entre eles.
Esses indícios levaram à emissão de mandados de busca e apreensão nos endereços de Mauricinho em março daquele ano, durante a Operação Lume, que resultou nas prisões de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os ex-policiais acusados de executar a vereadora.
A notícia revela que Mauricinho teria tido acesso antecipado à operação policial por meio de um amigo identificado como Jomarzinho, filho de um delegado da Polícia Federal (PF). Em uma das mensagens, ele menciona: “Recebi um informe agora que vai ter operação Marielle amanhã”. De acordo com a PF, o sargento teria tirado uma captura de tela da conversa usando seu iPhone para, posteriormente, compartilhar as informações com os envolvidos no crime. Além disso, ele utilizava o aplicativo Confide, que deleta as mensagens após serem lidas, assim como faziam Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
Vale ressaltar que Mauricinho não apenas alertou os possíveis alvos, incluindo Ronnie Lessa, como também manteve-se distante dos dois endereços que seriam alvo dos mandados de busca.
Na última segunda-feira (24), a PF realizou busca e apreensão no apartamento de Mauricinho, situado no condomínio Viva Vier, no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. No mesmo dia, o ex-bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como “Suel”, também suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle, foi preso durante a operação, que cumpriu um total de seis mandados de busca.