Jair Bolsonaro corre sério risco de ser preso
As chances de Jair Bolsonaro (PL), ser responsabilizado pela compra de votos usando o Auxílio Brasil, crescem cada dia mais. Ou Bolsonaro será presou ou irá se tornar inelegível, após deixar o cargo no final do ano.
Análises tanto do Tribunal de Contas da União (TCU) quanto da equipe de transição do governo Lula apontam que a inclusão de milhões de famílias formadas apenas por uma pessoa entre os beneficiários ocorreu sem a aplicação de medidas para evitar fraudes. E que o empréstimo consignado foi usado como arma por votos mesmo com os risco que ele representa para a população mais pobre.
Um parecer da equipe técnica de TCU, revelado pelo jornal O Globo, apontou pagamentos indevidos na inclusão de 3,5 milhões de famílias em agosto deste ano sob o pretexto de zerar a fila mas que na verdade visavam impulsionar a campanha de Bolsonaro. O documento ainda deve ser votado pelo plenário da corte.
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Segundo o parecer, houve uma “duplicação da quantidade de famílias unipessoais” beneficiárias, p que não tem lastro na realidade. Ou seja, na prática, o mais provável de ter acontecido é que, vendo que o governo Bolsonaro deixou passar a boiadas, membros de uma família que já recebia passaram a ganhar o benefício como se morassem sozinhos.
A ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, integrante da equipe de transição do governo Lula, apontou, em coletiva à imprensa nesta quinta (1º), a fraude nos desembolsos do auxílio citando a explosão de famílias de uma pessoa só.
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Disse que “há fortes indícios de abuso de poder econômico e político por parte do governo, para além da incompetência e da má gestão”. De acordo com dados trazidos por Campello, 1 milhão de famílias de uma pessoa só se cadastraram no benefício no final do ano passado, outras 500 mil nos seis meses seguintes e mais um milhão às vésperas da eleição, situação que teria sido ignorada pelos sistemas de controle do Ministério da Cidadania.
A maldade de Bolsonaro com o consignado
Valendo-se da situação de desespero a que estão submetidos milhões de brasileiros pobres por suas dívidas, o governo deu a eles a possibilidade de tomar um empréstimo a ser pago com uma parte da grana destinada a compra o mínimo de comida para não passar fome.
O dinheiro que entra gera um alívio imediato. E a expectativa de Bolsonaro era que, aliviados, os mais pobres deixassem de votar em Lula e o escolhessem. No ano que vem, quando as parcelas fizerem falta no supermercado, será “cada um por si e Deus acima de todos”.
Hoje, o Auxílio está em R$ 600 e mesmo assim é insuficiente para comprar uma cesta básica em 12 das 17 capitais pesquisadas mensalmente pelo Dieese.
A parcela máxima para o pagamento da dívida é de R$ 160. Ou seja, agora, sobraria R$ 440 para a família comer.