Ações judiciais coletivas têm colocado os AirTags como potenciais dispositivos perigosos, pois têm sido associados à perseguição de pessoas e até mesmo a casos de “múltiplos assassinatos”. Essa afirmação foi feita em uma queixa conjunta apresentada nos Estados Unidos em junho, envolvendo mais de trinta vítimas.
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O rastreador portátil tem sido caracterizado como “uma das tecnologias mais arriscadas e aterrorizantes usadas por perseguidores”:
“A aparente escalada dos incidentes de perseguição é alarmante, pois acredita-se que a Apple não tenha feito o suficiente para minimizar os danos causados às vítimas. A perseguição com o uso de AirTags pode resultar em prejuízos financeiros consideráveis, uma vez que as vítimas incorrem em despesas significativas para desmontar seus veículos e localizar os AirTags. Em outros casos, é necessário até mesmo mudar de residência.”
A queixa também enfatiza que a perseguição por meio dos AirTags “pode levar à violência, incluindo homicídios, e o problema é provavelmente mais prevalente do que se supõe, uma vez que historicamente a perseguição raramente é denunciada.”
Além disso, a ação menciona casos específicos, como o assassinato do filho de LaPrecia Sanders, que teria sido perseguido por sua namorada com a ajuda dos AirTags e, posteriormente, atropelado.
Àine O’Neill relatou ter se mudado da Irlanda para os Estados Unidos em busca de seu sonho em Hollywood, mas precisou alterar seus planos devido a uma perseguição envolvendo os AirTags. Após retornar à Europa, ela afirmou que “não pôde identificar a identidade do perseguidor nem medir o nível de perigo ao qual estava exposta.”
A Apple deve responder à ação até 27 de outubro e pode ser obrigada a pagar indenizações, dependendo da decisão final.
Atualização para melhorias
Antes mesmo dessa ação judicial, a Apple já havia lançado atualizações para abordar os problemas relacionados aos AirTags, com o objetivo de reduzir o potencial de perseguição associado ao acessório.
Essas melhorias de segurança incluem um aumento nas notificações de alerta para informar quando um AirTag desconhecido está nas proximidades. Além disso, o produto pode emitir alertas sonoros e até mesmo interagir com dispositivos Android por meio de um aplicativo específico.
No entanto, os casos de perseguição continuam a surgir com certa frequência, e foi descoberto que algumas unidades dos AirTags, que não possuem alto-falantes, foram vendidas no mercado paralelo no ano passado.
A segurança dos dispositivos de localização também tem sido uma preocupação de outras marcas, como a Samsung, que recentemente lançou as Galaxy SmartTags 2. Para evitar situações semelhantes às relatadas no processo envolvendo os AirTags, a empresa sul-coreana introduziu soluções como o SmartThings Find, com notificações de alerta, e o SmartThings Station, que escaneia dispositivos próximos.