Americanas aprova plano de recuperação judicial com apoio de 91%

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Após aproximadamente seis horas de deliberações, a Assembleia Geral de Credores (AGC) da Americanas aprovou, na noite de terça-feira (19/12), o plano de recuperação judicial da renomada empresa do varejo brasileiro. Com o respaldo de 91,4% dos votantes, a expectativa é que a homologação do plano ocorra em janeiro de 2024, após o recesso do Judiciário.

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O pedido de recuperação judicial da Americanas, apresentado à Justiça em janeiro deste ano, aguardava a aprovação dos credores para ser efetivado. O plano prevê a capitalização da empresa em R$ 24 bilhões, com R$ 12 bilhões provenientes dos acionistas de destaque, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Os bancos credores converterão R$ 12 bilhões em dívidas da empresa em ações, proporcionalmente à sua participação na dívida. A aprovação do plano exigia não apenas a maioria do volume de créditos, mas também o apoio da maioria simples dos credores presentes, cada um com direito a um voto.

Houve ajustes de última hora no plano, com a introdução de cláusulas adicionais em comparação com o documento protocolado em 27 de novembro. Essas alterações prolongaram a assembleia, quase levando ao adiamento da votação, mas segundo a Americanas, as mudanças foram “pontuais”.

Lojas Americanas começa CPI (Foto: Reprodução / Tag Notícias)
Lojas Americanas começa CPI (Foto: Reprodução / Tag Notícias)

Leonardo Coelho Pereira, CEO da Americanas, enfatizou após a votação que o plano oferece um “caminho bem pavimentado para a reconstrução operacional e financeira” da empresa. Camille Faria, CFO da Americanas, celebrou o acordo, destacando que o plano permitirá a reestruturação de dívidas e o foco na estratégia de negócios.

Após a homologação do plano, será iniciado o cronograma de adesão dos credores às modalidades de pagamento, com a Americanas anunciando recentes adesões, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, e outros.

A Americanas espera atingir um patrimônio líquido positivo, um Ebitda superior a R$ 2,2 bilhões, com caixa e recebíveis de R$ 2,5 bilhões e uma dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão, conforme estipulado no plano aprovado.

Investidores recusam plano de recuperação judicial da Americanas (Foto: Americanas / Tag Notícias)
Investidores recusam plano de recuperação judicial da Americanas (Foto: Americanas / Tag Notícias)

O texto ainda destaca os resultados financeiros divulgados pela Americanas para 2021 e 2022, evidenciando prejuízos e revisões nos balanços. O CEO, Leonardo Coelho Pereira, assegura aos investidores que, embora os resultados não sejam ideais, são “compatíveis com a realidade”. Ele destaca a gestão atual atuando na recuperação judicial, investigação da fraude contábil e transformação da empresa.

A Americanas, que enfrentou um rombo contábil bilionário, busca com o plano de recuperação judicial renovar seu papel de destaque no varejo brasileiro, destacando a complexidade do processo e a disposição para superar os desafios.

Daniel Vicente
Daniel Vicente

Sou um entusiasta da informação, natural de Brasília. Atualmente, mergulho nos estudos de Ciências Políticas. Aqui, você encontrará análises aprofundadas sobre política, economia e assuntos globais. Vamos explorar juntos o vasto universo do conhecimento!

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