O Dia Nacional de Combate ao Fumo é comemorado no Brasil em 29 de agosto. Instituída em 1986 pela lei nº 7488, essa data tem o objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro.
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Entre os diversos perigos, estudos científicos indicam que o tabagismo aumenta cerca de dez vezes o risco de desenvolvimento de câncer na cavidade oral, e quando associado ao consumo de bebidas alcoólicas, esse risco triplica.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima inclusive, que, até 2025, serão diagnosticados 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil.
A Dra. Sílvia Picado, Médica de Cabeça e Pescoço estatutária da Prefeitura Municipal de Santos e Diretora Social da APM Santos, explica que “os principais tipos de cânceres relacionados ao tabagismo são o carcinoma de células escamosas ou espinocelular na cavidade oral, faringe, laringe, glândulas salivares e seios da face”. E isso não engloba apenas o cigarro, mas todas as suas formas de consumo, como cachimbo, charuto, narguilé e até mesmo o cigarro de palha e de rolo.
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A especialista explica que o cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nitrosaminas e hidrocarbonetos policíclicos carcinogênicos genotóxicos, que podem aumentar o risco de doenças. “Tais elementos podem alterar o perfil molecular dos indivíduos e causar mutações”, acrescenta a Dra. Sílvia.
“São mais de 60 substâncias cancerígenas, como monóxido de carbono, nicotina, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, alcatrão, arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, além de resíduos de agrotóxicos aplicados nos produtos agrícolas e substâncias radioativas.”
Para uma detecção precoce, é fundamental que os fumantes fiquem atentos a sinais e sintomas iniciais. “Qualquer lesão tipo afta, úlcera, avermelhada ou esbranquiçada que não cicatrize em 15 dias na região de boca e orofaringe deve ser observada. Dor de ouvido persistente também pode ser sintoma de algum desses tumores. Já para a laringe, um dos sinais seria rouquidão”, orienta Dra. Sílvia.
As campanhas como o Dia Nacional do Combate ao Fumo são cruciais para conscientizar a população sobre a importância do tema. “O tabagismo é responsável não somente por câncer em cabeça e pescoço, mas também em outras regiões, além de doenças pulmonares crônicas”, ressalta Dra. Sílvia.
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Para aqueles que decidem parar de fumar, ela recomenda procurar um médico especialista para combinar medicação, psicoterapia e grupos de apoio. “É importante também evitar locais onde pessoas fumem e hábitos previamente associados ao cigarro, como o consumo de álcool e café”, conclui Dra. Sílvia.
